Print this page
Segunda, 18 Mai 2015 17:55

O M.P.L.A. – militantes em debandada & As quatro prioridades do M.P.L.A. até 2017

Caso raro, raríssimo: O executivo de José Eduardo dos Santos colocou Angola no meio de um maremoto político, económico, financeiro e social e, o M.P.L.A. desnorteado sem saber como preparar-se para o pior. O saco azul vai ter que ser muito maior que nas eleições passadas para fazer face a nova parada.

A visão é de que ruído dessa natureza nunca faz bem a quem se encontra no governo durante uma campanha eleitoral. Por essa razão, o M.P.L.A. fará o possível para mascarar o máximo  possível o processo ou, se não houver jeito, atrasar a sua realização ao máximo tal como tem vindo a fazer com o processo autárquico.

O M.P.L.A., partido no poder há mais de 39 anos, calcula que a sua maioria eleitoral nas eleições de 2017 depende do governo ultrapassar quatro obstáculos até a corrida às urnas. As grandes prioridades não incluem nem a U.N.I.T.A que está a crescer de forma alarmante, nem as ramificações perigosas (no bom sentido), do carismático Abel Chiwukuwuku, coadjuvado pelos irmãos Mendes de Carvalho e Wiliam Tonet com o mundo político universitário-estudantil.

A preocupação envolve assuntos que atingem o eleitor, diretamente. O maior de todos os riscos é a falência das pequenas e médias empresas por ausência de pagamentos por parte do governo: as O.S - Ordens de Saque que em tempos idos significavam dinheiro, hoje são apenas papéis com valor a longo prazo e quando não são pagas, são muitas vezes remetidas para Dívida Pública. Aí o negócio é outro.

 O segundo é uma alta nos preços que desvaloriza os salários e gera mau humor.

A terceira são as enxurradas e tragédias com o sistema das chuvas longe da normalidade, as principais vítimas envolvem eleitores de regiões que apoiam o M.P.L.A desde as eleições de 2008.

O quarto é o descaminho do Fundo Soberano e outros dinheiros do Banco Nacional de Angola, para acudir supostas crises financeiras e calamidades.

Convencido de que o eleitor sabe separar a fome e a miséria das urnas, a preocupação do M.P.L.A é de mais uma vez, à semelhança das três eleições passadas, enganar o eleitor com distribuição de dinheiros, carros, organização de espectáculos culturais (muito kuduro e cerveja com força para alienação da juventude – Bento Kangamba e os seus muchachos em prontidão de serviço), manifestações políticas, permissão de construções de moradias nas zonas de risco, criar um estado de permissibilidade total.

Todavia, em Benguela, acuado pelas denúncias que o cercam, o M.P.L.A tem vindo a receber, todos os dias, sinais e apelos dos militantes para que Amaro Segunda no Lobito e tantos outros renunciassem os seus cargos e mandatos, mesmo para não criarem embaraços com as acumulações primitivas de capital que naturalmente fizeram ao longo dos anos de poder.  Seria, na visão destes militantes adultos e urbanos, uma tentativa de não contaminar a candidatura de Isaac dos Anjos nas próximas conferências de renovação de mandatos, assim como não contribuir ainda mais para o estado degradado e impróprio para consumo do M.P.L.A., em geral. O M.P.L.A. se nega a atender aos pedidos dos seus militantes. Assim sendo, não haverá votos em 2017, sobretudo em Benguela.

Francisco Rasgado

Jornal ChelaPress

Rate this item
(0 votes)

Latest from Angola 24 Horas

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.