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Sábado, 16 Mai 2020 17:17

As loucuras e as paranoias do governo angolano

O governo angolano é um governo completamente louco e paranoico, como é possível um governo dirigir um País sem ter um programa de governação?

O governo está sem programa, ouvimos falar por muito tempo sobre a diversificação da economia, mas como isso é possível se o governo não traça e nunca traçou projectos concretos para este fim? Se no Orçamento Geral do Estado se dá mais prioridades e importância à casa Militar e de segurança do Presidente da República do que na agricultura, educação e saúde pública?

Só pode ser sinônimo de loucura o modo como o País está sendo conduzido, falou-se inutilmente sobre o repatriamento de capitais, mas até hoje o governo nunca se pronunciou sobre os montantes já recuperados, mas como é possível existir um governo deste tipo? Um governo que faz tudo às escuras roubando e apunhalando o próprio povo pelas costas? Onde vai o dinheiro do petróleo? O dinheiro dos diamantes e das pescas? Onde está o dinheiro?

A paranoia tomou conta dos nossos dirigentes, tanto ministros quanto governadores continuam desviando os dinheiros do erário público, como é possível o governador Job Capapinha gastar 139 milhões de kwanzas para o pagamento do aluguer de duas viaturas para os seus vice-governadores enquanto o povo não tem nada pra comer? Onde andam os carros e viaturas que o Estado dá a favor de cada governo provincial? Que necessidade tem um governo alugar outras viaturas em vez de usar as viaturas do governo? Kwanza-Sul é uma das Províncias mais desorganizadas e sujas do País, nesta Província as coisas vão de mal a pior. Tudo isso é corrupção.

A loucura e a paranoia daqueles que governam Angola está a cima da média, todos perderam a cabeça, de um lado o cidadão luta para sobreviver, do outro lado o polícia não sabe e nem entende o que é um Estado de emergência e está matando cidadãos, pensando que manter a ordem é disparando e torturando o cidadão.

Angola é na verdade um País de paranoicos, tanto políticos, quantos militares, tanto a sociedade civil todos mergulharam na loucura, porque o político para além de mentiroso é incompetente e corrupto, o polícia por ganhar muito mal e por não ter preparação adequada sobre segurança pública e por ser viciado na chamada “gasosa”, acaba por fazer mal o seu trabalho, a sociedade civil sendo a parte que mais sofre por não ter emprego e por não saber o que fazer com a sua vida, colocam-se na criminalidade, desse jeito no fim das contas, todos acabam-se por mergulhar na paranoia e na loucura total, mas nesse meio o pior de todos são os políticos angolanos, que nada fazem em prol do povo, estes são os verdadeiros paranoicos.

A paranoia cega a mente de quem está no poder, desde 2014 que o País está em crise econômico-financeira, mas até hoje agora todas as manobras e programas do actual governo demonstraram ser ineficazes, na verdade o governo está sem norte, não há programa concreto de governação, a loucura da incompetência hipnotizou tanto os nossos dirigentes ao ponto do Presidente da bancada parlamentar do MPLA Américo Cuononoca vir a público dizer que não há fome em Angola, que não existe ninguém a morrer de fome, mas todos os dias morrem gentes de fome, de má nutrição, muitos a comerem nos contentores de lixo, muitos hoje em Angola estão a comer ratos e cobras para sobreviver, e ainda assim o deputado Américo Cuononoca teve a coragem de dizer essas loucuras publicamente.

Em política são os resultados que definem a capacidade e a estratégia de um executivo, não é a teoria ou retórica priva de senso e de acção, muito menos promessas aleatórias acompanhadas de mentiras e de manobras sem soluções práticas que não espelham esperança, emprego, saúde, luz, água e comida na mesa, desse jeito torna-se inútil o governo falar de desenvolvimento, de paz e reconciliação, porque discursos não nutrem a barriga de um povo faminto e com sede de melhores condições de vida.

A maioria dos dirigentes angolanos mergulharam-se na corrupção e na arrogância, são incompetentes e incapazes de resolverem os problemas dos cidadãos, falam o tempo todo da guerra, usam isto para justificar os seus inúmeros fracassos em frente dos destinos do País, milhões e bilhões foram desviados no passado e continuam sendo desviados hoje, ninguém fiscaliza ninguém, do topo ao último homem na cadeira do poder, ninguém tem estratégias e políticas econômico-financeiras para alavancar a economia do País, sendo assim, não vendo outras soluções passam o tempo todo fazendo dívidas com a China, com países europeus e com os Estamos Unidos, um dia sem nos darmos por conta vamos acordar e perceber que o País foi vendido com todos os cidadãos lá dentro.

Tudo isso parece loucura, mas tudo indica que estamos indo nesta direcção, porque para se vender um País basta que um governo se sinta encurralado com dívidas e se sinta dependente de uma potência ou super potência econômica mundial, e a China é uma super potência econômica na qual Angola deve bilhões e bilhões de dólares, falta pouco para vendermos o País à China juntamente com os cidadãos angolanos dentro, isso está prestes acontecer, os chineses têm muito poder em Angola, indiretamente já têm o domínio e o controlo de todo o Território Nacional, porque estão actuando de Cabinda ao Cunene.

O País continua em crise e de rastos, o Presidente da República não tem estratégias concretas para mudar esse quadro triste e miserável, em plena fase problemática da covid-19, no passado mês de Abril disponibilizou 118 milhões de dólares para a compra de seis novas aeronaves Havilland Dash 8, em Janeiro autorizou à Sonangol a comprar os 25% da Unitel aos brasileiros da “Oi” por 1 bilhão de dólares, mesmo sabendo que o povo não tem comida, portanto, o Presidente dá mais prioridades nas coisas do que seu próprio cidadão.

As loucuras e as paranoias do governo angolano gira em volta de políticas públicas sem eficácias e sem programação estratégico-intelectual, gira em volta de projectos mal feitos com intenções que visam os interesses e lucros pessoais, por exemplo na Província da Huíla, Município da Matala uma estrada de terraplanagem de pouco mais de 30 quilômetros vai custar aos cofres do Estado mais de 300 milhões de kwanzas. Como é possível todo esse dinheiro numa estrada de terraplanagem?

Na prática, possivelmente serão gastos 50 a 70 milhões de kwanzas, o resto do dinheiro serão desviados e posto nos bolsos dos envolvidos directamente no projecto, caso contrário nunca uma estrada deste tipo custaria 300 milhões de kwanzas.

O mesmo se pode dizer de outros projectos e montantes que serão investidos pelo PIIM (Projectos de Intervenção de Investimentos aos Municípios). Na Lunda-Norte, propriamente no Município do Lôvua, nas localidades do Lúmua, estão sendo construídas residências do tipo T3 para os professores, cada residência custará 67 milhões de kwanzas. São residências normais, não são residências de luxo ou de alta qualidade, são residências simples, mais ou menos semelhantes às residências do Zango, mas os gastos envolvidos são exorbitantes, isto é um verdadeiro assalto aos dinheiros do PIIM.

A corrupção em Angola continua 100% em alta. Um outro caso concreto é a construção de uma escola de 7 salas de aulas no Município do Balombo, Província de Benguela, que vai custar aos cofres do Estado 84 milhões de kwanzas. Todos esses projectos ligados ao PIIM é mais um caminho e estratégia elaborada por um grupo de corruptos e saqueadores do erário público, o mesmo está acontecendo com os fundos disponibilizados pelo Presidente para combater a pandemia da covid-19, esses 61 milhões de dólares no final das contas irão parar nos bolsos de certos dirigentes e membros da direcção do Ministério da Saúde, apenas uma pequena parte do dinheiro será usado para combater o coronavírus.

As loucuras e paranoias do governo angolano vão muito além das tácticas mais avançadas da corrupção, os nossos dirigentes não pensam ANGOLA, são políticos ao mesmo tempo empresários, as suas empresas ao negociarem com o Estado negociam com eles mesmos, tudo isso é sinônimo de loucura, enquanto isso, o pacato cidadão dorme todos os santos dias na pobreza, na miséria e na desgraça, por culpa de um governo paranoico que só pensam neles mesmos, nos seus familiares e amigos, e a maioria morre de fome e de má nutrição.

Governar não é pra todos.

Por Leonardo Quarenta

Doutorando em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais e Diplomacia

Mestrado em Direito Constitucional Comparado

Master em Direito Administrativo

Master em Direitos Humanos e Competências Internacionais

Master em Jurista Internacional de Empresas

Master em Management das Empresas Sociais.

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