Thabane, de 80 anos, e Lipolelo, de 58, passavam por um complicado processo de divórcio quando um suposto assaltante a matou dentro de seu carro. Dois meses depois, Thabane casou-se com Maesaiah, a suposta mandante do crime.
Maesaiah foi detida este mês, acusada de orquestrar o assassinato, após fugir para a África do Sul para evitar a prisão. O próprio primeiro-ministro, de 80 anos, foi interrogado no último dia 22 de janeiro em sua casa. Ele chegou a ser acusado de ter tentado demitir o atual chefe da polícia do país, Holomo Molibeli, para atrapalhar as investigações contra a atual primeira-dama. Os dois negam participação no crime.
— O primeiro-ministro será acusado pelo assassinato. A polícia está preparando as diretrizes, e ele provavelmente será acusado amanhã — disse o vice-comissário da polícia, Paseka Mokete.
Dias atrás, a direção do partido de Thabane, Congresso All Basoto (ABC), deu um ultimato ao premier para que ele deixasse o cargo até o fim desta quinta-feira. Depois da declaração da polícia, ele fez um pronunciamento pelo rádio anunciando que deixará o cargo, mas não citou o assassinato da primeira mulher. Em vez disso, justificou a decisão devido à idade avançada. Ele deve comparecer ao tribunal nesta sexta.
A situação ameaça desencadear uma nova onda de instabilidade política no pequeno país, encravado no meio do continente africano.
A monarquia constitucional do Lesoto, atualmente liderada pelo rei Letsie III, que não tem poder executivo, sofreu numerosos golpes desde que o país conquistou a independência do Reino Unido, em 1966. O GLOBO