Entretanto, caso o Estado avançar com essa cobertura poderá pôr em causa investimentos públicos e parte das finanças do país, já que esse valor representa seis por cento do produto interno bruto de Angola.
O buraco financeiro no BESA devido ao crédito mal parado situa-se entre 5 e 6 mil milhões de dólares, segundo dados tornados públicos.
O próprio Governador do Banco Nacional de Angola José de Lima Massano reconheceu na semana passada no parlamento haver um problema na carteira de crédito e admitiu um cenário de reforço dos capitais por parte dessa instituição.
Entretanto, desconhecem-se a nível oficial os nomes dos devedores.
O economista Filomeno Vieira Lopes lembra de uma situação idêntica que levou à falência do banco CAP.
A intervenção do Estado é, por agora, a única saída para o BESA que, como diz Vieira Lopes, caso não acontecer pode levar à falência do banco.
Entretanto, segundo aquele professor universitário, caso o Estado intervir, o país poderá ressentir fortemente desse investimento num banco privado, cujo valor representa cerca de seis por cento do Produto Interno Bruto de Angola.
Grande parte dos empréstimos foi feita pela empresa-mãe, o Banco Espírito Santo, em Portugal, actualmente numa profunda crise, mas também a empresas do próprio grupo que, segundo especialistas, são movimentos nem sempre muito explícitos porque financiam as empresas do grupo.
Recorde-se que, em Portugal, os dinheiros movimentados pelo BESA estão sob investigação do Departamento Central de Investigação Penal e da Divisão de Investigação de Fraude e Acções Especiais daquele país.
Segundo a revista portuguesa Sábado, foram movimentados milhões de dólares e um dos procuradores autorizados a movimentar a referida conta é Álvaro Sobrinho, que dirigiu o BESA até 2012.
Voanews.com