Numa altura em que ainda pairam muitas dúvidas sobre os episódios do Monte Sumi, no Huambo, envolvendo militares e membros da seita A Luz do Mundo, voltam a surgir denúncias de alegados assassinatos que teriam ocorrido desta feita na província do Kwanza-Sul, cujas vítimas são novamente seguidores do pastor Julino Kalupeteka.
A denúncia dos alegados episódios foi confirmada ao Novo Jornal pelo presidente da ONG Fórum Regional para o Desenvolvimento Universitário (FORDU), Ângelo Kapuacha, que actua na província do Huambo.
Em conversa telefónica com o Novo Jornal, o activista relatou que a organização que dirige foi informada desde o princípio do mês passado de alegados confrontos que teriam ocorrido na localidade de Kassongue, junto de uma comunidade de seguidores da seita A Luz do Mundo, no Kwanza-Sul.
A situação descrita como o "novo Monte Sumi" teria envolvido um total de 18 famílias que teriam perdido a vida na sequência de confrontos com efectivos da polícia local, depois de estas terem feito uma migração para aquele local, justificada com a alegação de que era ali onde encontravam tranquilidade.
Os mesmos relatos dão conta que das 18 famílias atingidas pelos confrontos apenas sobreviveram à investida dos agentes da polícia seis senhores, que se encontram detidos no Kwanza-Sul, mas em local incerto.
Uma equipa do Fórum Regional para o Desenvolvimento Universitário, que se dedica à defesa dos direitos humanos, ter-se-ia deslocado à província do Kwanza-Sul para apurar as denúncias, mas esta, segundo afirmou, foi impedida de aceder ao local do alegado confronto por agentes da polícia e militares.
Em declarações anteriores à Voz da América, Ângelo Kapuacha deu como certa a morte de todos os integrantes desta comunidade de fiéis de Kalupeteka, à excepção de uma alegada vítima que tinha sido atingida com um tiro, mas que veio depois a saber-se, através da polícia local, acabara de sucumbir igualmente e o corpo encontrado algures nas matas já em avançado estado de putrefacção. (...)
NJ