"Tenho esperança de que as negociações em curso serão concluídas com êxito, no melhor interesse de todas as partes". A frase é da empresária angolana Isabel dos Santos, escrita num comunicado da Santoro, a empresa que a representa no BPI. E deixa preto no branco que, ao contrário do que se pressupunha pelo comunicado emitido pelo banco no último domingo, nem tudo está fechado nas negociações entre a própria Isabel dos Santos e o La Caixa, que tem 44% das ações do banco português.
Segundo o comunicado da Santoro, divulgado ao início da noite, "a proposta do CaixaBank para adquirir o controlo do BPI ainda está para ser finalmente acordada". E, mais, "Isabel dos Santos, que detém 20% do BPI, acredita que ainda há elementos pendentes que precisam de ser resolvidos."
Sem concretizar, a Santoro explica que "a posição de Isabel dos Santos é que a participação atual do BPI no BFA seja reduzida e que as ações do BFA sejam admitidas à cotação em bolsa; e que isso poderia acontecer através da dispersão das acções numa bolsa de valores adequada. Seria no melhor interesse de todos os acionistas, em Portugal e no resto do mundo".
As negociações foram forçadas pela decisão do BCE de que o BPI deve reduzir a sua exposição ao Banco de Fomento Angola, maioritariamente detido pelo banco português. No domingo, a dez minutos do prazo imposto pelo BCE para que existisse um acordo, o BPI divulgou um comunicado dizendo que as negociações tinham terminado com "sucesso", anunciando que enviaria o acordo para o BCE e para a CMVM. No dia seguinte, a CMVM fechava as negociações do banco em bolsa até que fossem divulgados os detalhes do acordo.