O comunicado foi lido na televisão estatal guineense TGB pelo porta-voz do Alto Comando Militar, Dinis N´Tchama, que informa que os militares assumiram a liderança do país.
Na comunicação informa-se que foi “instaurado pelas altas chefias militares dos diferentes ramos das Forças Armadas, o Alto Comando Militar para a restauração da segurança nacional e ordem pública” e que o mesmo “acaba de assumir plenitude dos poderes de Estado da República da Guiné-Bissau”.
Pouco antes, foram ouvidos tiros perto do palácio presidencial e homens com uniformes militares assumiram o controle da principal via que leva ao local.
De acordo com a imprensa internacional, diversas estações de rádio na capital guineense foram invadidas pelas Forças Armadas, que ordenaram o fim de suas transmissões. Os militares também suspenderam todas as instituições estatais até nova ordem.
O paradeiro do presidente, Umaro Sissoco Embaló, não era conhecido no momento dos tiros. Tanto Embaló como o candidato da Oposição, Fernando Dias, tinham declrado vitória no processo eleitoral, que até hoje tinha decorrido pacificamente.
Um dos países mais pobres do mundo, a antiga colônia portuguesa já sofreu inúmeros golpes de Estado ou tentativas desde a década de 1980. A população de Guiné-Bissau é de pouco menos de dois milhões de pessoas.
Cerca de um milhão de eleitores foram convocados às urnas no domingo, em eleições realizadas sem a presença do principal partido da oposição e do seu candidato.
Os resultados provisórios oficiais são esperados para a quinta-feira.

