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Quinta, 20 Novembro 2025 20:02

Capital angolana Luanda concentra mais de 8 milhões de habitantes, estima Censo/2024.

A capital angolana (Luanda) continua a ser a província mais populosa do país, com 24,1% (8 816 297 habitantes) das 36 milhões 604 mil e 681 pessoas que habitam em Angola, segundo os resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) 2024, divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A seguir estão as províncias da Huíla, com 9,0% (3 302 866), Huambo, com 7,4% (3 302 866) e Benguela, com 7,1% (2 691 902), enquanto Cuando é a província menos populosa do país, com 138 mil e 770 habitantes.

Entre as três novas províncias, criadas este ano, no quadro da Divisão Política Administrativa de Angola (DPA), Icolo e Bengo lidera, com 1 372 670 pessoas, enquanto o Cubango tem 570 447 e Moxico Leste possui 411 074 da população total.

A densidade populacional média do país é de 29 habitantes por quilómetros quadrados, com existência de grandes diferenças entre os municípios localizados nas sedes provinciais e no litoral.

Outra nota de realce do Censo 2024, é que cerca de 24% da população angolana reside nos dez municípios mais populosos do país, como Kilamba Kiaxi, Cacuaco, Lubango, Viana, Huambo, Cazenga, Maianga e Camama, que abrangem uma área inferior a 1% do território nacional.

A propósito da divulgação dos resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação, o director-geral do INE, Joel Futi, assegurou que os números apresentados estão sustentados por uma metodologia estatística rigorosa e internacionalmente validada.

Em declarações à imprensa, o responsável explicou que o INE aplicou o método de estimação por sistema dual, combinando os dados recolhidos no terreno com informações do inquérito de cobertura, o que permitiu identificar omissões e corrigir duplicações.

Sublinhou que este processo garante a completude e fiabilidade da população total.

“Os dados resultam de um processo tecnicamente robusto, totalmente alinhado com padrões internacionais, sendo que todas as omissões foram ajustadas e o resultado final representa com precisão a realidade demográfica do país”, afirmou.

Referiu que o Censo contabilizou nove milhões de agregados familiares, número equivalente ao total de habitações registadas.

Acrescentou ainda que a população mantém-se jovem, com idade média de 23 anos, apesar de ter sido observada uma ligeira redução nos grupos etários dos 0 aos nove anos.

A apresentaação dos resultados definitivos do Censo 2024 surge dez meses após o término da recolha massiva e seis meses depois da realização do Inquérito de Cobertura.

Os resultados definitivos resultam da contagem da população residente no país, tendo como referência o dia 19 de Setembro de 2024, altura em que iniciou o recenseamento, que terminou a 19 de Novembro do mesmo ano.

Metodologia de recolha de dados

O Censo 2024 é o segundo realizado depois da Independência Nacional e a primeira operação feita de forma digital, sendo as entrevistas suportadas pela plataforma tecnológica CAPI (Computer Assisted Personal Interview1) e complementadas  pelo CATI ((Computer Assisted Telephonic Interview2), durante as visitas de controlo.

A organização preparatória dessa operação baseou-se nos princípios e nas recomendações internacionais constantes no “Handbook on the Management of Population and Housing Censuses, Revision 3 das Nações Unidas, amplamente utilizados pelas instituições oficiais nacionais no planeamento execução das operações de Recenseamento da População e Habitação.

O RGPH 2024 distinguiu-se também pela inovação tecnológica em todas as fases censitárias, nomeadamente actualização cartográfica, recolha e processamento de dados, o que garantiu maior rapidez na obtenção dos resultados definitivos e respectiva divulgação.

O uso do Sistema de Informação Geográfica (SIG) para a actualização da malha cartográfica do país, no âmbito da realização do Recenseamento Geral da População e Habitação 2024, foi um progresso fundamental, pois com a criação da base georreferenciada dos agregados familiares e outras estruturas de referência a nível nacional marca o início de uma nova fase de inovação tecnológica nos censos em Angola, e uma nova era para o Sistema Estatístico Nacional (SEN) e, em particular, para o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Trata-se de uma operação que surge dez anos depois de Angola ter realizado o Censo 2014, que decorreu de 16 a 31 de Maio.

Na altura, a população angolana foi estimada em 25 milhões 789 mil e 24 habitantes, dos quais seis milhões 945 mil e 386 viviam em Luanda, sendo a província mais populosa de Angola.

Do universo do recenseamento de 2014, 12 milhões 499 mil e 41 eram homens e 13 milhões 289 mil e 983 mulheres.

O Censo serve de mecanismo para um país avaliar os números da sua população e das habitações a cada 10 anos, constituindo-se numa rica fonte de dados sobre as características demográficas, socioeconómicas e geográficas da população, bem como as características das habitações, num determinado período de tempo.

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