Numa declaração enviada à Lusa a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) considera ser este um “momento decisivo” para o poder judicial em Angola.
“O início do julgamento (…) é um momento decisivo para o poder judicial angolano demonstrar que segue os padrões dos julgamentos justos. Os juízes angolanos devem demonstrar independência e não permitir que este julgamento seja manipulado como um instrumento para silenciar as vozes críticas”, lê-se na declaração.
Este processo envolve 17 pessoas – incluindo duas jovens em liberdade provisória -, todas acusadas, entre outros crimes menores, da coautoria material de um crime de atos preparatórios para uma rebelião e para um atentado contra o Presidente de Angola.
Segundo a acusação, os ativistas reuniam-se aos sábados, em Luanda, para discutir as estratégias e ensinamentos da obra “Ferramentas para destruir o ditador e evitar uma nova ditadura, filosofia da libertação para Angola”, do professor universitário Domingos da Cruz – um dos arguidos detidos -, adaptado do livro “From Dictatorship to Democracy”, do norte-americano Gene Sharp.
Esta “formação” serviria de preparação para os referidos crimes contra a segurança do Estado, de que estão acusados, voltou hoje a afirmar, na leitura do despacho de acusação, o Ministério Público angolano.
Lusa