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Sexta, 06 Março 2015 15:51

Bento Kangamba quer devolução de 2,6 milhões de euros apreendidos em Portugal

“Não são arguido em nenhum processo. É estranho. Continuo sem nada”. Bento Kangamba apresenta-se como vítima da Justiça portuguesa e reclama a devolução do dinheiro que lhe foi apreendido – cerca de 2,6 milhões de euros – por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Em Angola, fala-se da sua promoção no MPLA.

Após reunião com a sua equipa de advogados em Portugal, Kangamba acusou a Justiça portuguesa de basear a investigação “em notícias falsas dos jornais e da internet”, e desafiou os procuradores a apresentarem provas. Citado pelo Correio da Manhã, sublinha que não é arguido, apenas suspeito, cinco messes depois das buscas às suas propriedades em Portugal.

“O problema não é eu ser o empresário Bento Kangamba, mas estar casado com a sobrinha do presidente José Eduardo dos Santos”, afirma. Diz mesmo que o seu nome foi “manchado” pela acusação.

Durante as buscas, refere o Correio da Manhã, as autoridades encontraram 2,6 milhões de euros em notas, respetivamente, em duas casas do empresário em Portugal. Os valores são refutados por Kangamba. Justifica que não confiava em bancos portugueses e que o dinheiro era para remunerar trabalhadores e colaboradores próximos.

Ascensão possível no MPLA

A resposta de Kangamba surge numa altura em que é falada a sua subida no Comité Político do MPLA em Luanda, ao posto de 1º secretário. Em causa, segundo o Africa Monitor Intelligence, está a substituição de Bento Bento, recentemente designado como 2º vice-presidente da Assembleia Nacional.

Bento Kangamba goza de popularidade em Luanda e desempenha tarefas consideradas importantes no esquema de segurança da zona da capital, mas a sua reputação interna e externa é negativa. Por essa mesma razão, existem dúvidas de que venha a ser a escolha de José Eduardo dos Santos.

Kangamba teve, no final de 2013, o seu nome na lista de procurados internacionais da Interpol, na sequência de um processo em que surgiu acusado de chefiar um esquema internacional de tráfico de mulheres brasileiras para África do Sul, Portugal, Angola e Áustria.

Nos últimos meses, Kangamba tem conduzido um forte contra-ataque na imprensa portuguesa.         

AM

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