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Sexta, 11 Julho 2025 15:25

​África perde 25% do PIB por ano ​devido à corrupção - PGR

A vice-procuradora da República, ​Inocência Pinto​, informou esta sexta-feira​, em Luanda, que dados do Banco Africano de Desenvolvimento ​(BAD) indica​m que África perde todos os anos 25% do P​ruduto Interno Bruto (PIB) devido à corrupção.

Ao intervir na cerimónia de abertura do ​workshop ​alusivo aos 22 anos da ​"Convenção da União Africana​​ sobre a ​Prevenção e ​Combate à ​Corrupção​" que decorre​u sob o lema​ "Promover a dignidade humana na luta contra a corrupção​", f​alou que o valor​ referido serv​iria para tirar da pobreza milhões de pessoas e alavancar a economia de muitos países.

Conforme a magistrada, o desvio massivo de recursos públicos leva ​a incapacidade dos Estados no cumprimento das obrigações em matéria de direitos humanos​, resultando na privação de serviços essenciais como saúde, educação, saneamento b​ásico​, entre outros.

Avançou que para alterar o paradigma há necessidade de uma abordagem holística e multifacetada dos marcos legais,​ como a própria Convenção da União Africana contra a ​Corrupção, que fornece o roteiro para responsabilizar os corruptos, bem como promover a cooperação internacional, visando a recuperação efectiva dos activos resultantes do​fenómeno.

​Inocência Pinto​ explicou que a luta pela dignidade humana e pelo desenvolvimento sustentável está intrinsecamente ligada ao combate ​à corrupção.

ENAPREC

​Por outro lado, reafi​rmou que Angola criou​ um conjunto de medidas para mitigar práticas corruptivas​ no sector p​úblico e privado, no ​âmbito da ​Estratégia ​Nacional de ​Prevenção e ​Repressão da ​Corrupção (​ENAPREC).

A magistrada disse que ​o país ratificou a ​convenção visando a concretização dos instrumentos internacionais,​ e sublinhou que a ​Procuradoria​-Geral da República ​(PGR) prevê objectivos claros para o combate ​a este mal.

Destacou, a esse respeito, a adopção de mecanismos de cooperação que permitam a descoberta de crimes de corrupção e conexos, a responsabilização dos seus autores e a recuperação célere dos produtos do crime.

Igualmente​, adiantou, a optimização das tecnologias de informação para tornar mais eficiente a instrução dos processos, o fortalecimento da coordenação interinstitucional entre os órgãos que intervêm na repressão da corrupção e o reforço da confiança dos cidadãos e dos investidores no sistema judicial angolano.

P​ara Inocência Pinto a corrupção mina os alicerces do ​Estado de direito, distorce a justiça, compromete a equidade na distribuição dos recursos e enfraquece a confiança dos cidadãos nas instituições por não ser um problema jurídico-processual ou administrativo, mas sobretudo, um desafio que exige o empenho de toda a sociedade.

Re​iterou o compromisso inabal​ável​ das instituições com a legalidade, a transparência e a responsabilização, convocando não só os operadores de justiça, como toda a administração pública e a sociedade para uma reflexão profunda sobre as causas estruturais da corrupção, com objectivo de encontrar as melhores soluções para a mitigação desse fenómeno.

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