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Segunda, 06 Outubro 2014 22:20

2,5 milhões usd doados pelo Estado angolano à RCA ‘voaram’

Num  escândalo  mediaticamente  intitulado de “Don Angolais” ou «Angola gate», em português  Dom  Angolano,  a  Presidente da  República  Centro  Africana  (RCA), Catherine Samba-Panza, está a ser acusada de desviar 25% dos 10 milhões de dólares  doados  pelo  Estado  angolano.

Ou seja: 2,5 milhões de dólares.

Segundo  uma  investigação  publicada pela revista Jeune Afrique, a 30 de Abril último, o director-geral do Tesouro  centro-africano,  Gabriel  Madenga, informou  o  ministro  da  tutela,  Rémy Yakoro, que por solicitação de Mahamat Kamoun – à época um dos conselheiros especiais da Chefe de Estado, entretanto nomeado primeiro-ministro –, deveria  entrar  em  contacto  com  Christelle Sappot para receber 2,5 milhões de dólares em espécie.

As instruções sobre o levamento do dinheiro junto de  Christelle  –  filha  e assessora  da  Presidente  –,  e  sobre  a sua  transferência  para  o  Tesouro  da RCA constam de um documento oficial divulgado  pela  Jeune  Afrique,  onde  a proveniência da quantia é clara: a transacção decorre da segunda tranche da ajuda  disponibilizada  pelo  Presidente de Angola, repartida por duas remessas de 5 milhões de dólares.

No entanto, ao contrário do que aconteceu  aquando  da  primeira  operação, desta vez, apenas metade do valor deu entrada nos cofres do Estado de Bangui. O  desaparecimento  do  dinheiro, transportado  em  espécie,  já  foi  questionado  pelo  Fundo  Monetário  Internacional,  e  de  acordo  com  a  Agência Centro-Africana de Imprensa, também pela presidência angolana.

Na resposta, escreve a mesma fonte, “o director de gabinete de Samba-Panza, Joseph Mabingui, explicou que a verba em falta foi aplicada na forma de ‘fundos políticos’, repartidos entre o então primeiro-ministro André Nzapayeké, a Presidente, e actores tão vagos quanto inescrutáveis.

Nomeadamente: “Elementos da sociedade civil, assistência social e humanitária e acções governamentais”.

Segundo Mabingui, que falou à rádio RF1, o dinheiro serviu para a acção de reconciliação e estabelecimento de segurança em Bangui, a capital da RCA. O responsável garante que o dinheiro não foi usado para benefício pessoal.

“Ela  [Catherine  Samba-Panza]  usou alguns  desses  fundos  políticos  para convencer  as  pessoas  a  voltar  para  a mesa  de  negociações  no  encontro  de Brazzaville. Quando ela se tornou Presidente, não havia nada, nenhum veículo”, continuou Joseph Mabingui.

NJ

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