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Quinta, 19 Novembro 2020 12:58

Polícia angolana manda remover desenho em homenagem a Inocêncio e ameaça dono da parede

Após morte trágica, na manifestação contra o desemprego, a 11 de Novembro corrente, alguns jovens do bairro onde o malogrado, Inocêncio Matos, vivia uniram-se e fizeram uma pintura com o rosto do mesmo, na parede de uma farmácia, cujo acto "honroso" se não solidário, provocou descontentamento às autoridades locais.

De acordo com o ativista cívico “Dago Nível”, o proprietário da farmácia recebeu ameaças de ser multado pela administração, entretanto ontem às 23 horas a pintura foi removida e a parede foi borrada de lama, para garantir que ninguém voltasse a desenhar.

"Hoje me desloquei ao bairro dos ossos para recolher informações sobre a perseguição que os autores da arte em homenagem ao Inocêncio de Matos, estavam a ser vitimas, e para minha surpresa encontrei a parede pintada e borrada de lama", referiu Dago Nível.

Segundo informações cedidas pela Maria Kongo, uma das responsáveis pela arte, a polícia fez chantagem ao dono da farmácia onde estava o desenho para que apagasse a arte sob pena de ser multado por que segundo as autoridades, aquela arte era uma transgressão administrativa.

No entanto, o dono da farmácia cedeu a pressão e as 23 horas de terça-feira, apagaram a arte em homenagem ao Inocêncio e para garantirem que ninguém voltasse a desenhar, borraram a parede de lama.

Após a pintar, segundo informações postas à circular nas redes sociais, os agentes da corporação estavam a caçar os autores, o que amedrontou um destes artistas, tendo este fugido da casa de seus familiares, no sentido de evitar que algo pior acontecesse.

Esta quarta-feira, 18, a Polícia Nacional de Angola, invadiu a Faculdade de Letras, da Universidade Agostinho Neto, em Luanda para impedir a homenagem dos estudantes dessa instituição pública, ao seu colega Inocêncio de Matos morto no dia 11 de Novembro, durante a manifestação.

De acordo com informações, dessa invasão, dois estudantes da Faculdade de Letras foram detidos, entre eles encontrando-se o activista Arante Kivuvu Lumumba, pertencente ao processo 15+2 e José da Silva, por terem sido os organizadores da referida homenagem a Inocêncio de Matos.

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