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Sexta, 25 Setembro 2020 13:52

Oito em cada 10 angolanos dão nota negativa a desempenho económico do Governo - estudo

Cerca de oito em cada 10 angolanos consideram que o Governo do país está a ter um desempenho “mau” ou “muito mau” no desenvolvimento da sua economia, de acordo com um estudo realizado pelo Afrobarometer hoje divulgado.

“Cerca de oito em cada 10 angolanos avaliam como sendo “mau” ou “muito mau” o desempenho do Governo na manutenção da estabilidade dos preços (78%), criação de emprego (75%), melhoria da condição de vida dos pobres (75%) e a gestão geral da economia (71%)”, referem as conclusões hoje divulgadas.

De acordo com os dados divulgados pelo Afrobarometer, uma rede de pesquisa pan-africana e não partidária que fornece dados quantitativos sobre a vivência e avaliação dos africanos da democracia, da governação e da qualidade de vida, os residentes das províncias de Luanda e de Cabinda são os mais descontentes com o desempenho do Governo de João Lourenço.

No caso de Luanda, 88% dos entrevistados estão descontentes com o desempenho do executivo na criação de emprego, enquanto 90% estão descontentes com o desempenho do Governo na manutenção da estabilidade dos preços.

Já em Cabinda, o estudo refere que 90% dos entrevistados estão descontentes com o desempenho na criação de emprego e 89% não estão satisfeitos com o trabalho do Governo para manter a estabilidade dos preços.

“Estas avaliações bastante negativas que os angolanos fazem sobre o desempenho macroeconómico do governo revelam também os desafios que o país enfrenta para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) Nº 8 (‘Trabalho decente e crescimento económico’) e Nº 10 (‘Redução das desigualdades’)”, sublinha o documento.

No meio urbano, a reprovação do desempenho do Governo na criação de empregos situa-se nos 80%, enquanto no meio rural esta alcança os 65%.

No que toca à avaliação do desempenho do executivo angolano na manutenção da estabilidade dos preços, 84% da população em regiões urbanas está descontente, enquanto em regiões rurais a taxa de reprovação alcança os 68%.

Há também uma maior taxa de reprovação do desempenho do Governo consoante o nível de educação formal obtido.

De acordo com os dados divulgados, 64% da população sem educação formal não está satisfeita com o desempenho na criação de emprego e 67% não aprova os esforços realizados para a manutenção da estabilidade dos preços.

Por outro lado, a população com grau universitário apresenta uma taxa de reprovação de 88% no âmbito da criação de emprego e de 90% no que toca à manutenção da estabilidade dos preços.

Para este inquérito, a equipa do Afrobarometer, liderada pela Ovilongwa – Estudos de Opinião Pública, entrevistou 2.400 angolanos adultos, entre 27 de novembro e 27 de dezembro 2019.

Em agosto, o Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano anunciou que a taxa de desemprego no segundo trimestre de 2020 em Angola aumentou 4% face ao período homólogo do ano passado, estimando-se em 32,7% e em cerca de 4,7 milhões de desempregados.

De acordo com o mais recente Índice de Preços no Consumidor Nacional, também do INE angolano, a inflação angolana ficou no acumulado nos últimos 12 meses, entre setembro de 2019 e agosto de 2020, nos 23,41%, o valor mais alto desde dezembro de 2017 (23,67%).

Desde o início do ano os preços no consumidor nacional aumentaram um total de 15,97%, o valor mais alto nos últimos quatro anos. Em 2019, este valor situava-se nos 9,85%, valor mais baixo que no ano anterior (10,88%) ou do que em 2017 (15,65%).

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