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Domingo, 06 Setembro 2020 14:11

Administrador da Omatapalo nega acusações de ser “empresa do Estado"

O presidente do Conselho de Administração da empresa de construção angolana Omatapalo negou hoje à Lusa ser uma “empresa do Estado” e beneficiar de adjudicações diretas, como é acusada, mas antes uma “sua parceira”.

“Não somos beneficiados em nada, somos sim um parceiro do Estado, como sempre fomos e seremos, e onde estamos assim o fazemos, não só em Angola, como noutros países. Sempre que é necessário responder a qualquer desafio, nós fazemo-lo”, disse Carlos Alves, em entrevista à Lusa.

O responsável salientou que a empresa trabalha com quem quer os seus serviços e, tal como outras empresas nacionais e internacionais que têm capacidades, está sempre disponível e sujeita a ter contratações simplificadas.

“Mas, o processo de contratação simplificada não significa que seja adjudicação direta porque são feitas consultas e concursos”, explicou.

Além disso, Carlos Alves ressalvou que a Omatapalo é uma empresa que “tem capacidade instalada, capacidade de mobilização muito grande, cumpre as normas e regras e tem todas as certificações necessárias”, o que faz com que, quando existam obras de emergência que o Estado precisa de fazer e que são investimentos de interesse, seja uma das empresas que possa ser consultada, tal como outras do mesmo setor.

A título de exemplo, o administrador recordou que a Omatapalo executou, por contratação simplificada, a Arena de Luanda para o Mundial de Hóquei, em 2013, construindo três infraestruturas desportivas, uma delas o pavilhão multi-usos de Luanda com 12 mil lugares em nove meses.

“Nenhum concorrente ou colega aceitou este desafio e nós aceitámos e fizemos com qualidade”, frisou.

Já sobre a ligação entre a atividade da construção civil e vários escândalos de corrupção em Angola que tem sido noticiada, o administrador rejeitou fazer comentários por “não ser conhecedor suficiente”, entendendo ser matéria da Procuradoria-Geral da República.

Aumento da população em Angola vai impulsionar construção

O administrador da empresa de construção civil angolana Omatapalo, Carlos Alves, acredita que o setor terá “muitas oportunidades” nos próximos anos devido à previsão do aumento exponencial da população no país.

“Vai haver muitos projetos para serem feitos, outros para serem complementados, vai ser um investimento contínuo”, disse, em entrevista à agência Lusa.

Segundo o responsável, Angola tem tido um “forte plano de investimentos públicos” para poder recuperar as suas infraestruturas e, prevendo-se um grande aumento da população, o país terá necessariamente de melhorar as infraestruturas a todos os níveis, desde ferroviárias, portuárias, industriais, rodoviárias e redes de águas e energia.

“Ao aumentar a população, tem de aumentar os serviços e a produção nacional, logo obrigatoriamente Angola vai ter de explorar melhor os seus recursos, vai ter que apostar fortemente nas suas empresas nacionais e criar um forte plano de investimentos para os próximos anos para dar resposta a estas necessidades e, isso, trará muitas oportunidades para o setor”, considerou.

Contudo, e apesar das expetativas, Carlos Alves assumiu “quebras significativas” na faturação deste ano do grupo, devido às paragens na produção causadas pela pandemia da covid-19.

Sem poder, para já, quantificar as perdas, o administrador estima uma quebra acima dos 30% no “ambicioso orçamento” traçado no início do ano de cerca de 450 milhões de dólares previstos (379 milhões de euros).

“Seguramente haverá quebras significativas porque são cerca de três meses de perda de produção fruto da covid-19. Tivemos de implementar regras de distanciamento e segurança, reduzir o número de pessoas nas obras e nas indústrias e afastamentos para proteção dos colaboradores e, isso, prejudica o normal desempenho da empresa”, referiu.

Outro dos constrangimentos ao normal funcionamento das indústrias passa pela cerca sanitária a Luanda, que deverá vigorar até dia 08 de setembro, e que causa grandes dificuldades na mobilidade dos trabalhadores de umas províncias para as outras, contou o empresário.

“Traz [cerca sanitária] constrangimentos claros, nomeadamente no setor da logística, que é muito importante para o grupo”, sublinhou.

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