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Sexta, 03 Julho 2020 00:45

Jovem morre por disparo de um suposto agente do SIC em Luanda

Carlos Vaz da Silva, 18 anos, morreu na sexta-feira, 26 de Junho, no Hospital Américo Boavida, em Luanda, depois de ser atingido com uma bala na cabeça, supostamente disparada por um efectivo do Serviço de Investigação Criminal (SIC), na rua 27 do Reordenamento do Rangel, município de Luanda.

Segundo testemunhas, o malogrado em companhia de amigos, estava a conversar na rua, e ao se aperceber da presença de elementos do SIC, todos fugiram para um beco, a fim de escapar de uma possível detenção.

Um dos seis agentes do SIC, presente na operação, fez um disparo tendo atingido a cabeça de Carlos Vaz da Silva, que depois de socorrido por um automobilista, acabou por perder a vida, já no Hospital Américo Boavida, disse uma testemunha que não aceitou ser identificada.

Antónia Alberto, outra testemunha, revelou que alguns supostos agentes do SIC, quando actuam naquela zona têm intimidado os moradores com disparos anárquicos de arma de fogo, faltas de respeito ao se dirigirem aos cidadãos, arrogância e detenção de jovens sem causas plausíveis. Devido a esta situação, acrescentou Antónia, “os jovens, sempre que observam a presença destes indivíduos no bairro, fazem de tudo para evitar o contacto com os mesmos, metendo-se em fuga.”

Nuno Victor João, um conhecido do malogrado, confirmou ter testemunhado a morte do jovem no local. “Depois do disparo, o miúdo caiu no chão, enquanto que o sangue que saía da cabeça espalhava-se na areia”, disse. Os familiares da vítima disseram que no passado o malogrado foi um jovem com má conduta, fruto de uso de drogas, situação que pós fim depois de ter cumprido três meses de prisão efectiva na Comarca de Viana, em Luanda.

“Desde Maio deste ano, que Carlos Vaz da Silva, também conhecido por Caly, saiu da cadeia, tem ficado mais tempo em casa, tão logo que termina o trabalho de bate-chapa, que estava a aprender numa oficina junto à Escola do Pica-Pau”, na Avenida Hoji ya Henda, disse Domingas Lopes Vaz, mãe do malogrado.

O trabalho, acrescentou a jovem mãe, começa às 8 horas e termina por volta das 15 horas. “No dia que apanhou o tiro, estava no bairro, pelo facto de o mestre o ter dispensado do trabalho.” Teresa Diniz, prima do malogrado, na tentativa de acompanhar e ajudar no fornecimento de informações sobre a identidade do familiar, disse que um agente do SIC, impediu-a de entrar na viatura.

Contactado pelo Jornal de Angola, o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Comando Provincial da Polícia Nacional de Luanda, Néstor Goubel, prometeu fazer um pronunciamento sobre o caso nas próximas horas.

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