Depois das suspeitas de corrupção pela Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana, José Eduardo dos Santos prepara agora a sua defesa, mostrando-se decidido a provar em tribunal a sua inocência perante as acusações de que tem sido alvo, soube o Expresso junto de uma fonte do seu gabinete.
O jurista angolano, William Tonet, igual responsável pelo informativo Folha 8, afirmou em entrevista que, José Eduardo dos Santos pode concorrer à presidência da Republica, nas eleições de 2022.
“A Corte de Luanda” é uma investigação do Observador sobre a rede de poder que se formou à volta de José Eduardo dos Santos e da sua família. Durante vários meses, uma equipa de jornalistas percorreu milhares de quilómetros e contactou dezenas de fontes — em Portugal e, principalmente, em Angola.
Manuel Vicente nasceu pobre, em 1956, como todos no bairro do Rangel, em Luanda. “Éramos todos muito pobres, miseráveis não, mas pobres com certeza”, recorda um seu amigo de infância ao Observador.
Para Isabel dos Santos, o arresto foi uma surpresa nas suas viagens entre o Dubai, Londres e Barcelona nos preparativos da festa de fim do ano. Para João Lourenço, foi uma forma de conseguir a “paralisação dos negócios de Isabel dos Santos, que assim ficou sem meios financeiros para um eventual apoio a opositores do Presidente”.