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Sábado, 10 Setembro 2016 21:34

Remodelação presidencial resulta da necessidade de proteger interesses pessoais

Analistas em Luanda consideram que as remodelações efetuadas esta semana, em alguns ministérios do governo angolano, estão relacionadas com a necessidade da manutenção e proteção de interesses pessoais do presidente da República. Para nos falar sobre o assunto, ouvimos Sérgio Calundungo, especialista em projectos de desenvolvimento e Joaquim Nafoia, secretário da UNITA para os direitos humanos.

O presidente José Eduardo dos Santos substituiu, esta semana, os ministros das Finanças, Armando Manuel, e da Agricultura, Afonso Pedro Canga, e o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Edeltrudes da Costa e nomeou Augusto Archer Mangueira, Marcos Alexandre Nhunga e Manuel Neto.

O novo ministro das Finanças, Archer Mangueira, deixa a Comissão do Mercado de Capitais para substituir Armando Manuel, que tinha sido nomeado em Maio de 2013 e assume uma pasta que tem a espinhosa missão de devolver a estabilidade macro económica, em tempos de crise financeira.Desde 2008, passaram pelo ministério das finanças, os ministros Severim de Morais e Carlos Alberto Lopes. Neste particular é um novo ministro das Finanças a cada dois anos.

Para além da pasta das finanças, o presidente da República exonerou, os ministros da Agricultura, Afonso Pedro Canga, e da Casa Civil da Presidência da República, Edeltrudes Costa.

A exoneração de Armando Manuel deve-se, sobretudo, a razões políticas.Segundo fontes em Luanda o ex-ministro chegou a anunciar publicamente um acordo de financiamento com o Fundo Monetário Internacional que José Eduardo dos Santos preferiu desconfirmar.

Sobre a mudança na pasta da Agricultura, um sector essencial para o futuro do país que é um dos parentes-pobres do governo de José Eduardo dos Santos, muitos analistas acreditam que o problema não está nas pessoas, mas nas políticas, contudo, tanto Joaquim Nafoia, quanto Sérgio Calundungo apontam críticas ao ministro demissionário, Afonso Pedro Canga, acusando-o de não ter aberto portas ao diálogo.

Marcos Nhunga, agora nomeado como ministro da Agricultura, é considerada uma pessoa com um grande conhecimento do sector. Foi director-geral do Instituto de Desenvolvimento Agrário e sabe quais são as fraquezas do Ministério da Agricultura.

Joaquim Nafoia, secretário da UNITA para os direitos humanos, também mostra-se bastante céptico quanto aos resultados destas remodelações e defende que José Eduardo dos Santos devia ser ele próprio a assumir a sua demissão da presidência da república.

Para Calundungo, o desgaste da imagem da governação junto das populações, também pode ser uma das preocupações de José Eduardo dos Santos, enquanto Joaquim Nafoia fala em gestão de expectivas como sendo uma estratégia de José Eduardo dos Santos para continuar a garantir a sua manutenção no poder.

Voanews

 

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