Segundo o Presidente do Galo Negro, que falava durante os tradicionais cumprimentos de fim-de-ano que teve lugar em Luanda, “o défice derivado da queda do preço do petróleo, poderá disparar para 14 por cento, quase o dobro do desequilíbrio orçamental de 7,6% previsto pelo Executivo.” Este factor, na óptica do político, poderá “arrastar” o país a uma recessão no próximo ano. Samakuva referiu-se a esta possibilidade socorrendo-se da estimativa de alguns peritos em macroeconomia, da nossa praça, sem que no entanto apontasse nomes. Apesar disso, o líder do maior partido da oposição está consciente que os desafios para o ano de 2015 não serão poucos, quer seja da parte da oposição como de quem detém o governo sufragado nas últimas eleições.
Um destes desafios passará necessariamente pela procura e concretização de soluções adequadas à dimensão dos problemas que afligem as populações, tais como acesso habitação; emprego; o ensino primário e universitário; liberdade de expressão e de manifestação; (dentro dos limites democraticamente aceites).
Outro dos desafios julgados pertinentes é a diversificação da economia, apostando seriamente, no sector agro-industrial, reduzindo as importações e garantir mais alimentos para a população.
Ciente destes desafios, o político da oposição defende que “temos de nos posicionar para o futuro agora, porque a gravidade da situação que o país vive, exige de todos nós, medidas concertadas e ousadas que nos permitam resgatar a dignidade da nossa cidadania e construir o futuro”.
Convidou também aos angolanos, durante esta quadra festiva, a transformarem esta fase para reflexão em busca da solução real para a situação que vivemos em vários domínios. “Vamos continuar divididos apenas porque pensamos de forma diferente? Vamos continuar a sofrer por causa da má gestão de uns poucos que se passeiam vaidosos pelo Mundo à custa da riqueza de todos nós? Vamos continuar a ouvir a canção de que estamos a subir quando até aos nossos bancos falta todos os dias o sistema que nos impede de utilizarmos o nosso próprio dinheiro aí depositado?”, questionou-se o líder da UNITA.
“Maninhos” Consideram Governação Em 2014 Desastrosa.
À semelhança das inquietações apresentadas por Isaías Samakuva, quanto à preocupação de uma possível recessão que o país pode registar devido à queda do preço do petróleo, os parlamentares desta formação política alinham pelo mesmo diapasão.
Disse mais o interlocutor que o partido dos “maninhos” irá exigir do governo que reduza o dinheiro proveniente daquilo que chamou de “saco azul”, por alegar ser este o mote do fomento da corrupção. Só deste jeito é que o Orçamento Geral do Estado de 2015, pode ser salvo.
Convidado a pronunciar-se sobre o balanço da governação, Raúl Danda começou por classificá-lo de “desastroso” por estar eivado de vários escândalos de corrupção, envolvendo decisores governamentais, e que até ao momento considera estarem impunes.
Não obstante alguns diplomas submetidos ao Parlamento pela UNITA não terem sido levados em conta, com destaque para o debate sobre a criminalidade, outros continuam a constar da lista de desafios. A institucionalização das autarquias locais é, com certeza, para a UNITA um deles, disse Danda, que garantiu que o Grupo Parlamentar que dirige poderá bater-se para que seja aberto pela Assembleia Nacional uma comissão de inquérito para investigar o caso Besa.
O PAIS