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Terça, 29 Março 2022 15:16

Ex-comandante-geral da PN continua sem perceber porque foi exonerado mas conhece o nome e o rosto do responsável

O ex-comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo Gaspar de Almeida, disse esta terça-feira,29, que, dois meses depois da sua exoneração, continua sem perceber a razão mas garante que conhece o rosto e o nome do responsável pelo seu afastamento.

Paulo de Almeida foi exonerado em Janeiro pelo Presidente da República, João Lourenço, quando se encontrava em Brazzaville, República do Congo, integrando uma comitiva angolana chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, o que causou uma forte polémica na sociedade angolana por se tratar de um afastamento quando o próprio estava ausente em serviço no estrangeiro.

Em entrevista ao programa "Café da Manhã", da rádio LAC, Paulo de Almeida disse que o que aconteceu com ele não é uma situação nova no País.

Segundo o ex-comandante-geral, houve muita pressão para a sua exoneração, mas o Presidente da República, João Lourenço, teve a paciência de o manter no cargo até ao dia 17 de Janeiro último.

"A minha exoneração não teve nada a ver com indisciplina, com má execução, porque eu cumpri", disse o antigo chefe da Polícia nacional.

Paulo de Almeida assegurou que nunca conseguiu ser o "gestor fundamental da Polícia Nacional" daí o facto de não ter tido muito êxito.

"Um comando com mais de 100 mil homens, com tanta técnica e meios e você não ser o gestor fundamental, claro não pode ter muitos êxitos", criticou, assegurando que no quadro legal exigiu que se cumprisse a lei, mas sem sucesso.

Paulo de Almeida, lamentou o facto de o seu esforço de muitos anos de polícia não ter sido respeitado.

Questionado sobre quem foi a figura que influenciou a sua exoneração, o antigo chefe da Polícia Nacional preferiu não revelar.

"Prefiro deixar esse quadro pintado e as pessoas interpretarem. Mas sabe que tem nome e rosto", disse o ex-comissário-geral.

De recordar que, na cerimónia de transferência de pastas para o novo comandante-geral da Polícia Nacional, Arnaldo Carlos, Paulo de Almeida, que chefiava a PN desde 2018, lembrou que as vontades pessoais não se podem sobrepor às responsabilidades.

"As nossas vontades pessoais não se podem sobrepor às nossas responsabilidades e às nossas amizades. Sei que em algum momento fui mal-entendido por querer cumprir e respeitar a lei", disse Paulo de Almeida, após lembrar a longa amizade, desde a infância, que o liga ao ministro do Interior, Eugénio Laborinho. NJ

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