Segundo observa Felisberto da Costa, o discurso proferido pelo então Comandante-Geral da PNA, aquando da sua despedida ao cargo, aborda questões profundas e chaves para o estado democrático de direito em Angola.
"É verdade que na boca do ex-comandante a legitimidade das palavras desligitimizaram-se. Ele não tinha legitimidade de questionar a ordem da qual pertencia e não renunciou", observou o jurista.
Vale lembrar que, na altura dos factos, Felisberto disse que foi (apesar de tudo) comovente o discurso de despedida do ex-comandante geral da Polícia Nacional de Angola.
Paulo Gaspar de Almeida, deixou no ar uma questão que para o jurista foi enigmática, na afirmação "nunca trai a pátria" e complementarmente na outra declaração explícita, segundo a qual "quem define a actuação da polícia é o comandante." E ainda "aos políticos compete cuidar da política ".
"Se bem li, em resumo, é o que se depreende. Não é a primeira vez que uma alta patente saí a disparar. O antigo comandante da polícia em Luanda, Kim Ribeiro, quando foi detido disse que se abrisse a boca o país desmoronaria", recordou Felisberto da Costa.
Por estes discursos, segundo este não seria injusto presumir que há nas altas esferas do poder do MPLA segredos particulares melindrosos.