Numa entrevista de quatro páginas ao semanário O País, Issac dos Anjos esclarece que não quer que esse empréstimo seja feito aos bochechos, mas que precisa dele de forma bruta, caso contrário não consegue desenvolver o seu projecto global de desenvolvimento da província.
A nossa proposta é inovadora, com os princípios económicos acoplados. A região vai buscar dinheiro emprestado e tem a responsabilidade de o pagar, assegurou, explicando: Eu peço-os para podermos executar em cinco anos. E peço cinco anos de carência. Não posso pagar mais de cinco por cento de juro e um prazo de reembolso de vinte anos.
O governador quer em Benguela indústrias de referência e tecnologia de última geração e não mais ferro velho.
Para Isaac dos Anjos, os jovens licenciados têm que se descomplexar, transformar o canudo numa oportunidade de universalização do conhecimento, fazer estágios e ir para a linha de fabrico e facturar três, quatro mil dólares de salário.
A isto chama-se de classe média. Se tivermos uma classe média que não dependa de favores, que possa produzir e crescer, vamos ter um país melhor, defendeu.
E concluiu: Nós experimentámos a via socializante, ficámos com alguns valores que não devem ser perdidos, mas não vale a pena inventar o capitalismo, o capitalismo já existia antes de nós decidirmos ir para lá.
Novo Jornal/AO24