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Sábado, 27 Novembro 2021 14:08

Os executados no 27 de maio e outros tantos o MPLA que não se esquece

Apesar de manter alguns familiares das suas vítimas sob seu controle, divididos sob uma cortina de intimidação e medo, alguns endossados com cargos, patentes.

E outras mordomias no seu tenebroso reino da corrupção, das intimidações, das perseguições e das matanças, nós vamos sim, um dia desses honrar os nomes das suas vítimas. Tantas, mas com nomes e datas de nascimento que continuam bem registados.

 Na memória dessas tantas martirizadas famílias angolanas que constituem o elo principal da nossa sociedade, eu conheço muitos os que foram executados nos acontecimentos do dia 27 de maio. E outros que se seguiram já em tempo dito e tido como de suposta paz entre empresários supostos de que estariam a financiar a UNITA.

Jornalistas críticos, religiosos, políticos da oposição e não só, activistas cívicos, homens da UNITA, entre outros, alguns por brigas fúteis, por ajustes de contas e por ordens da secreta dentro e até fora do país. Curioso, raramente não sonho com alguns deles e hoje por exemplo acordei triste.

Com lágrimas no rosto, assustado e com todo o meu pensamento virado ao Nado este aqui na foto, se calhar por ter pensado nele essa semana toda com grande intensidade e na sua execução.

Nado sobreviveu do sofrimento nas cadeias da PIDE/DGS, mas o seu MPLA que servia como comissário político. Não lhe deu essa chance tão jovem que era e com tanta vontade que tinha para viver, não faltou quem lhe acusasse de que estaria a dar aulas políticas aos fraccionistas.

Mas ainda bem que temos todas as pistas que nos direcionam para os seus possíveis executores e mentores dentro da amizade e relação da própria família.

Que pretendiam com o acto, prestar fidelidade ao Agostinho Neto, Iko Carreira, Lúcio Lara, Hermínio Escorio e fúria assassina de um MPLA vocacionado para este tipo de barbaridade como se assiste até hoje.

Mais uma lágrima por ti amigo e inesquecível nado

Tua morte além do vazio que deixou no seio dos teus amigos e conhecidos como eu. Dividiu a tua família até hoje em duas partes especialmente tuas irmãs, se pela intimidação e medo imposto ou não, meu amigo aí onde estás quero que saibas, que é um facto.

Não é um caso raro nas famílias angolanas que perderam entrequeridos executados pelo MPLA especialmente em casos onde os cúmplices e mentores das execuções. São conhecidos, amigos ou até pessoas com boas relações com os familiares dos executados. Uma parte para não perder nem estragar às vezes as boas e velhas relações ainda que fingidas. Com os supostos executores comporta-se como cúmplice e conivente fazendo as vezes até mesmo todos esforços para se esquecer ou abafar o assunto.

E pior do que isso, acabam até por isolar e desprezar os outros membros da família que insistem em não esquecer o assunto e que se mostram dispostos. A lutar até às últimas consequências para conhecerem até ao mais pequeno detalhe as circunstâncias em que seus entes queridos foram executados.

Continuarei

Por Fernando Vumby

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