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Sábado, 24 Julho 2021 20:49

Serviços de Inteligência de Angola sem inteligência

A cada dia que passa, os Angolanos vão vivendo um verdadeiro caos social, na medida em que, hoje já não se fala mais dos planos de luta para se realizar o sonho da casa própria ou de ter o primeiro carro.

As atenções estão viradas na aquisição de produtos alimentares que, todos os dias têm um novo preço. Fruto disso, regista-se muitas reclamações contra as Políticas públicas que muitas delas não se refletem na vida do cidadão, sobretudo no tocante à Corrupção, um dos males que, inclusive, os países tidos como potências mundiais levam a questão da corrupção com muita seriedade, ao contrário de Angola em que o combate à corrupção ainda não deixou de ser uma falácia.

Face a precariedade em que se encontra o País, os Serviços de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) deviam, já que, de Inteligência e Segurança de Estado não passa de uma mera nomenclatura. Está mais para um instrumento de intimidação, perseguição e assassinato dos que se opõem ao regime ditatorial dirigido por um Presidente revanchista, cheio de rancor, incompetente e curioso.

O SINSE, na sua falta de trabalho em prol do povo sofredor, devia traçar programas muito bem estruturados com objectivos claros para lavar a imagem do Partido Governante, já que eles (SINSE) só servem mesmo para isso.

O SINSE nunca prestou um papel digno de elogio por parte do povo, o que mais sabe fazer além de esbanjar a sua falta de importância para o Estado, é criar calúnias contra os Líderes dos Partidos da oposição, corromper e envenenar os manifestantes.

A “operação Caranguejo” foi mais uma prova da falta de Inteligência do SINSE. Se o objectivo desta operação que tem como exímio actor e testa-de-ferro o Major Pedro Lussati, esta operação me parece ser mais uma peça teatral semelhante àquelas manobras de diversão que estamos acostumados a verificar nos Órgãos de Comunicação Público capturados pelo MPLA.

É incrível como a PGR não mede esforços em querer convencer a opinião pública e não só, de que um ”Majorzinho “ era detentor daqueles todos milhões em Dólar, Euro e Kwanza em malas. O mais absurdo nesta novela é: Como é que um Major conseguiu levantar um montante daquele sem que o sistema de vigilância do BNA desse conta? Como conseguiu aquele todo dinheiro num País que se diz estar em crise financeira?

Está claro (como a água) de que se trata de uma rede de mafiosos que introduziram na Caixa de Segurança Social indivíduos que começaram a combater antes de serem nascidos ou ainda Cidadãos que esperam por uma inserção na mesma caixa mas no fundo já foram inseridos e o salário quem recebe são outras pessoas.

Outra mentira nisso tudo, foi a rapidez do Presidente da República em exonerar aqueles oficiais da sua Casa de Segurança do dia p’ra noite. E se não bastasse a Televisão do regime (TPA) produziu uma peça teatral denominada “Banquete” para desviar a atenção do povo face aos Problemas que o mesmo (Povo) enfrenta.

Aos olhos da Nação chego à conclusão que, trata-se de uma lavagem da imagem do Governo e do Partido que o suporta tendo em conta que as eleições gerais que se aproximam. Mas tudo isto teve um efeito oposto, pois, até os menos atentos chegaram a perceber que o País está sendo dirigido por pessoas de má fé, sem qualquer sensibilidade humana e que não hesita em sugar o sangue das pessoas.

Nos Países sérios, todo serviço de Inteligência serve de auxílio no combate a todos os males que prejudicam o desenvolvimento do País, porque são eles (Serviços de Inteligência) detentor de toda informação interna e externa.

Paradoxalmente, o SINSE está a contribuir na degradação do País, porque muitos agentes desses serviços foram alvos de investigação e detenção. Logo, está patente que a roubalheira em Angola é Multissetorial.

Em qualquer instituição pública tem sempre um ou mais dirigentes com olhos no dinheiro público. Não é normal num País que se diz sério, com Serviços de Inteligência, uma rede de falsificadores de documentos denominada “Pau Preto” terem mais de 100 carimbos de instituições públicas e privadas há mais de 10 anos. Então para que serve o SINSE?

Desta forma vamos continuar a regredir em termos de desenvolvimento, pois, não se pode falar de desenvolvimento onde as pessoas morrem diariamente nos hospitais por falta de funcionários qualificados e medicamentos. Não existe desenvolvimento com fome e pobreza.

O desenvolvimento de um País verifica-se num verdadeiro sistema de saúde em que qualquer “um” que fosse a um hospital encontraria o seu histórico médico desde a infância até à idade em que se encontra para se prevenir das futuras doenças. E que em cada casa tivesse um médico de família. Não é isso que nós vemos.

Você vai a um hospital público hoje, quem te atende é um. Semanas depois regressas e quem te atende é outra pessoa que não sabe de nada dos problemas que você sofre desde criança e nem te pede as receitas antigas para ver os fármacos que já haviam sido administrados.

Qualquer País sério e infelizmente não é o caso de Angola, só desenvolve com uma verdadeira administração da justiça, com tribunais sérios e com juízes competentes. A aplicabilidade das leis deve ser para todos e não essa “Mbuandja” que se nota em Angola, onde os corruptos são condenados e ficam em casa. Ao passo que os gatunos de bolinho e sambapito são presos na hora e muitas vezes mesmo sem provas.

Com Juristas dos CAPs que nós temos, não me surpreendem quando aparecem para inocentar criminosos do erário público nas TVs. Apenas o político e generais do MPLA gozam do princípio da presunção de inocência, ou seja, a Lei só se aplica para uns e para outros não.

Os Serviços de Inteligência enquanto continuarem nas axilas do MPLA nunca vão corresponder com as suas exigências. Nós não podemos continuar com Instituições que gastam dinheiro do OGE apenas para corromper manifestantes e Militantes da UNITA, precisamos de um verdadeiro Serviços de Inteligência e não de maquiavélicos.

O Povo continua excitado diante de um governo que se masturba à luz do dia com fundos públicos ao lado de um povo precisando de preservativos para satisfação de um coito.

A fome aperta ao passo que quem fez promessas na Campanha eleitoral para aplicação das políticas públicas, fica aí frente às câmaras das TVs fazendo “minete e broxe” a um povo que clama apenas por um round ainda que seja sem beijo. Os programas não funcionam, salvo para serem instrumentalizados como uma justificativa para que sejam extraídos mais verbas nos Cofres de Estado.

Não há dinheiro para aplicabilidade dos planos no sul de Angola “um” povo que elegeu o MPLA em 2017 morre de fome por culpa de um punhado de governantes composto (maioritariamente) por ladrões da pior espécie. Mas têm dinheiro para cobrir a boca e silenciar aqueles que no exercício do seu direito plasmado na Constituição da República de Angola, exigem transparência e humanismo na gestão da coisa pública.

Ao mesmo tempo tem “um” SINSE que diz assegurar o Estado mas o (próprio) Chefe de Estado está inseguro, pois a sua Casa de Segurança está cheio de Lussatismo onde os Majores e outros oficiais das F.A.A (Forças Armadas Angolanas) formaram um Clube de Caranguejos onde rastejam com os fundos públicos manchando a imagem de quem os nomeou sob olhar sereno e impávido do SISM (Serviços de Inteligência e Segurança Militar), o mesmo SISM que faz de tudo até o impossível para adulterar a história do País.

O Ministério das Finanças afirma “de viva voz” que nos últimos 2 anos pagou salário da função pública com dinheiro vindo das receitas não petrolíferas. Então aonde estão aplicar o dinheiro do Petróleo?

Numa altura em que existe uma grande margem entre o preço do barril previsto no OGE que é de 39 dólares e o dos principais mercados internacionais que está a custar acima dos 70 dólares.

Por outra, o Presidente da República neste momento corre risco de vida, visto que é exactamente a sua Casa de Segurança que se transformou num Centro de Corrupção onde oficiais das F.A.A esbanjam muito dinheiro sem qualquer receio. É desta forma que noutros países está acontecer o Golpe Militar porque cria-se muita libertinagem, arrogância e poderes aos Militares.

A UGP já não presta o seu verdadeiro papel de guardar o Presidente da República, já que muitos deles estão envolvidos em esquemas de corrupção e associação criminosa.

Portanto, é uma ficção falar em combate à corrupção quando a PGR recebe ordens do Presidente da República. Desta forma a justiça não move nenhum dedo ao EDELTRUDES COSTA, Director de Gabinete do Presidente da República, envolvido em vários esquemas de crimes.

O Povo deve fazer alguma coisa apoiando os Partidos na oposição, porque sozinhos (sem a força do povo) será impossível derrubar a Ditadura de João Lourenço e seu enxame de incompetentes e ladrões.

Sebem Freitas

Analista sem subvenção no OGE

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