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Segunda, 22 Fevereiro 2021 14:48

MPLA precisa de ser salvo

As transformações ocorridas na governação instituída por JLO, têm colocado o MPLA no limiar de uma crise singular na sua história. No campo da política e da economia, tais transformações têm sido nefastas, causando impacto de maneira significativa na estrutura do partido.

Tais transformações estimularam um clima de divisão interna do MPLA, com um fracasso progressivo do partido, necessitando – se, desde então, da adopção de um paradigma para salvar o MPLA do “coma político” que lhe assarapanta. As transformações colocaram o MPLA fragmentado, e, colocado numa visão de brigas internas infindáveis.

Há que estabelecer uma estratégia que visa discutir e abordar o conjunto de mecanismos que sirvam de modelo para salvar o MPLA do presente “coma político”. A promoção de um debate que sirva de reflexão interna em torno da actual problemática que enferma o MPLA deve servir de ferramenta essencial para salvar o MPLA da crise política que o aflige aos nossos dias.

O MPLA encontra- se situado numa crise política que o colocou – o em estado de “coma político”, resultante do preço de uma grande infantilização cívico – política a que o partido está sujeito, graças ao clima de instabilidade imposto pelo actual Presidente do partido, JLO. Há uma ruptura quase compulsiva no âmago do MPLA, em todos os cantos da sua existência, envolvendo, concomitantemente, o abandono dos seus membros, e uma progressiva diminuição do número de indivíduos que pagam as quotas nos CAPs do partido.

O clima actualmente vivido, resulta de um profundo “coma político” instalado por João Manuel Gonçalves Lourenço. Com JLO em frente do “Alto Comando do Partido”, o MPLA deixou de ser uma família coesa, forte e poderosa, tendo - se transformado numa estrutura totalmente desvitalizada, com uma despopularização enorme, fruto da exposição massiva do Partido, concomitantemente, da marcha da corrupção que tem vindo a ser praticada na governação de JLO. A governação de JLO, nunca deu resposta ao mar de problemas que inundam o MPLA, não mostrou nenhum papel significativo para o progresso do MPLA, aliás, somente manteve o Partido mais atrasado que nunca.

Há contudo incompatibilidade real entre a governação de JLO e a marcha do partido. JLO tem mostrado uma realidade meramente teórica cuja prática nem sequer está presente no segredo dos deuses. Assim, o partido caminha numa desgraça infindável, desunido como nunca, à sua sorte, a deus dará, sem eira, nem beira. Porém, Lourenço, não acha nenhum remédio para curar o partido do “coma político” que o atormenta aos nossos dias. É hora do MPLA despir – se de toda forma de medo e afastar JLO da Presidência do partido, colocar uma outra pessoa para dar lugar aos destinos do partido. JLO deu sinais suficientes que se continuar em frente dos destinos do MPLA vai acabar com o MPLA, na face da terra.

Todos os que conhecem um pouco melhor a estrutura, o funcionamento e a acção do MPLA, sabem que JLO está a dar lugar a um profundo drama obscuro no seio do partido, que poderá dar lugar ao fim inevitável do MPLA. É hora do MPLA despertar do sono profundo que o ofusca de qualquer visão positiva, retirar o poder do partido que foi deitado às mãos de JLO, e buscar uma figura no âmago do partido, que venha concentrar todas as suas energias para salvar o MPLA do “coma político”. O MPLA precisa de ser salvo com bastante urgência. É necessário um líder que pensa como pessoa de acção e aja como pessoa de pensamento.

É uma emergência necessária para salvar o partido, para tal, JLO deve – se retirar da Presidência do MPLA.

Não é apenas a abundante corrupção que asfixia a governação de JLO que colocou o MPLA em estado de derrocada incurável, mas também, o clima de divergência interna. Todavia, a crise interna no MPLA, não acabará se JLO não abandonar a presidência do partido. JLO deve abandonar a presidência do MPLA para que se possa salvar o partido do “coma político”.

É, pois, a necessidade de salvaguardar a vida do MPLA, a sua filosofia, a sua política, a sua estrutura basilar, e a sua arte, que aqui procuramos versar: ou o MPLA retira JLO da presidência do partido, e salva – se do “coma político”, ou o MPLA desapareça na face da terra fundido numa cegueira sem precedência, tendo apenas o abismo como seu fiel servidor. É hora de acordar desse sono profundo, e, lançar mãos sobre o partido, para salvá – lo do “coma político” imposto por JLO.

Em cada ser humano, existem um sem – número de possibilidades de acção, sendo imperativo o pensamento como valor que precede a acção. Todavia, as emoções por vezes servem de atropelo permanente para a tomada de decisão dentro de qualquer organização. O MPLA deve despir – se de qualquer grau de emoção que o possa ligar à vontade de manter JLO na presidência do partido. JLO é símbolo da destruição inevitável do MPLA. Mais que nunca, poderá acabar com o MPLA na face da terra, se o partido não decidir afastá- lo, antes que seja tarde demais. Darwin viu na emoção uma reacção adaptativa ou efectivamente a sobrevivência de uma antiga reacção adaptativa na história das espécies, mas que essa reacção adaptativa muitas das vezes em vez de salvar as espécies chega a ser mais letal que um veneno.

Desde o ponto de vista racional, JLO já não corresponde aos grandes anseios que pretende o MPLA, no seu futuro, amanhã. O MPLA deve evocar o seu juízo sobre o bem da sua própria existência, o juízo da realidade, de facto, de existência. A continuidade de JLO em frente dos destinos do partido significa uma morte certa e inevitável do partido.

JLO é um médico sem remédio e sem arte para salvar o partido da sua própria deriva. O que se observa até aqui é que não é apenas o MPLA que precisa de ser salvo, JLO precisa também de ser salvo da sua própria desgraça. O que se vê na chacina de cafunfo imposta pelo seu governo, a tentativa da construção do bairro dos ministérios, num País em iminente crise económica, o alargamento do sinal da Rádio Nacional, num momento em que o País diz não ter dinheiro, a compra de material de guerra com gasto de biliões de dólares, a compra de acções da Oil para projectar a UNITEL. A compra de uma casa de mais de três milhões de USD para o “Presidente do Tribunal Supremo”, cujo intuito visa projectar a fraude eleitoral em 2022. A compra de uma casa para o “Ministro do Interior” para estimular a sua acção ao longo das manifestações que se avizinham nas épocas das eleições. A tentativa da construção de uma clínica dentária para a Presidência da República. O aumento progressivo da pobreza, a hiperinflação, a falta crónica de emprego, a ausência total de qualidade de vida. O não cumprimento das promessas eleitorais como: os 500 mil empregos, transformação de Benguela na Califórnia. A justiça completamente parcial. O aumento de actos de corrupção na governação de JLO. O aumento da criminalidade infanto – juvenil, e o assassinato continuado por órgãos da SIC de indivíduos por terem roubado um prato de arroz ou uma botija, (…). 

Vê – se que, JLO está a ser investigado nos EUA por prática criminosa de corrupção. Na sua governação observa – se de forma rítmica um aumento do descontentamento social por parte da população, no seu contexto lacto, em virtude do aumento crónico da fome. O enriquecimento da família de JLO, com a projecção dos membros da família em negócios milionários de diamantes, em empresas de aviação, (…).

JLO não deve continuar na presidência do MPLA, sob risco do MPLA desaparecer na face da terra!

A governação de JLO foi um balde de água fria despejada sobre o corpo da Nação Angolana, cuja faculdade teve impacto de manter congelada a economia nacional como o “Alto Comando Alemão” que teve o seu exército congelado na “Operação Barbosa” em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, onde Hitler ordenou ao seu exército a invasão da União Soviética. O MPLA tem de mudar de candidato às eleições de 2022 antes que perca ao longo do pleito eleitoral de 2022.

A governação de JLO foi um desastre total, não soube melhorar nenhum dos indicadores sociais. Falou – se tanto em combate à corrupção, porém, foi JLO e os seus sequazes que o transformaram – se nos maiores saqueadores da Pátria.

Aliás, agravou absolutamente tudo. Dentre todos os problemas sócio – económicos e políticos que JLO herdou do anterior governo, não soube dar solução a nenhum deles. Com JLO cometeram – se erros sem números que falam em nome da violação capital dos direitos do homem, basta recordar a chacina que tomou espaço em Cafunfo, a morte do Dr.º Sílvio Dala, por não ter usado uma máscara facial, a morte de Inocêncio de Matos, de Mama África, e, de tantos outros manifestantes, por terem protestado a péssima governação imposta por JLO. O aumento da pobreza extrema, com desaparecimento da sociedade média, e, aumento do número de pobres e mendigos nas ruas, a transformação de lixeiras em bares para os pobres, o progressivo aumento do desemprego, a hiperinflação dos bens de primeira necessidade, a falta de divisas, o aumento do sofrimento no círculo familiar em Angola, o desvio avultado de dinheiro dos cofres do Estado às contas de governantes, com superfaturamento em obras realizadas pelo Estado, a realização de obras sem concursos públicos, com benefício de pessoas próximas, a falta alarmante de transportes públicos. O suborno de activistas como Rafael Marques, Nito Alves, Mbanza Hamza e tantos outros, com oferta de dinheiro, carro, bolsas de estudo, casas, etc.

Há provas claras de corrupção à ocorrerem dia pois dias no Governo dirigido por João Lourenço, somente os cegos por opção, e, fieis bajuladores continuam a dar hossana nas alturas ao seu Messias que de maneira progressiva vai edificando o ninho de novos saqueadores da Pátria à sua sorte, enquanto isso, uns tantos possessos em bajulação aplaudem o mal que esse homem faz à Pátria, ao invés de salvá–la.

Há presença de um consórcio de milionários que compõem a elite de JLO, onde se nota sócios como Sequeira João Lourenço (irmão do Presidente angolano), também ex - secretário-executivo da Casa de Segurança do Chefe de Estado, e proprietário da empresa de aviação SJL, o ex - ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente, Frederico Cardoso, dono da empresa Air 26, o actual ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente, o general Pedro Sebastião, dono da empresa Mazewa. Esse consórcio está a enriquecer à custa do dinheiro do Estado, porém, JLO mantém – se sepultado num silêncio inevitável. Essas são pessoas próximas à JLO e estão a enriquecer de forma bastante ilícita à custa do que era de todos os angolanos.

Edith do Sacramento Gonçalves Lourenço Catraio (irmã mais nova de JLO) recentemente tomou parte da participação da Dicorp, através de um decreto presidencial autorizado por JLO. A Dicorp é uma empresa de diamantes ligada à Endiama que factura milhões de dólares todos os meses.

Há nepotismo visível na sua governação, onde regista – se a nomeação da sua filha, Cristina Giovanna Dias Lourenço, para o cargo de administradora executiva da Bolsa de Valores de Angola (BODIVA). Miguel Sérgio Lourenço Catraio (sobrinho de JLO) foi indicado para ocupar o cargo de Chefe da Secção das Operações Externas, do Departamento dos Encargos Centrais da Direcção Nacional do Tesouro.

Há a existência do envolvimento da família de JLO em explorações ilegais de diamantes no Cuanza Sul. Observando – se numa fazenda pertencente à familiares do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço localizada na município do Mussende, província do Cuanza Sul, actividades de exploração de diamantes por parte de familiares de JLO. 

Recentemente um relatório da consultora Pangea Risk atribuiu a existência de uma investigação judiciária que engloba vários dirigentes angolanos, incluindo o Presidente da República, João Lourenço. Estas personalidades estão a ser investigados nos Estados Unidos, o que pode comprometer o financiamento multilateral e restruturação da dívida do país lusófono. O documento a que a Lusa teve acesso e citado pelo jornal "Expresso", datado de 15 de fevereiro, indica que o novo Presidente dos EUA, Joe Biden, vai dar novo fôlego às investigações, que envolvem João Lourenço, a mulher, Ana Dias Lourenço, e vários parceiros de negócios e empresas. Segundo a Pangea Risk (ex-Exx Africa, consultora especializada em análise de gestão de risco em África e no Médio Oriente), os procuradores norte-americanos têm recolhido ao longo do último ano várias provas de violação das leis e regulamentos dos EUA.

Na governação de JLO reside a elevação do espírito de intolerância política, onde nota – se recentemente o desaparecimento físico de mais de 300 cidadãos que participaram em Novembro de 2020 numa manifestação, onde centenas de indivíduos foram brutalmente espancados pela Polícia Nacional, dentre os quais, dois foram mortalmente baleados pela Polícia Nacional, e, mais de 100 cidadãos foram presos pelo mesmo organismo de injúria mecânica. É o cúme da ditadura semeada por JLO onde fez desaparecer fisicamente mais de 300 indivíduos, tendo baleado mortalmente dois cidadãos desarmados

O regime dirigido por JLO não está preparado para continuar a governar o País, em virtude de não apresentar nenhum plano credível que seja capaz de resolver a imensidão de problemas que assolam o País, aliás, o regime angolano dirigido por JLO, em vez de dar solução aos mais diversificados problemas que ataram a nação na penumbra da desgraça e do sofrimento, apenas viciou – se em dizer mentiras, e, aumentar ainda mais o número de problemas, tendo agravado todas as condições sócio – económicas do povo angolano.

Os desvarios que tomaram conta da sua governação, fizeram circular aos nossos dias, um mau estar nos quatros cantos do País, ao ponto de ser tão nauseabundo e deixar Lourenço preso num total desespero. Com o drama da corrupção a asfixiar o seu pescoço, JLO percebeu finalmente que sua popularidade foi entregue aos pitbulls. A esperança de ter uma Angola plenamente evoluída nem sequer consta no livro sagrado dos deuses, porque JLO preferiu a doutrina dos “falsos guerreiros” contra a corrupção, por ter usado o discurso anti – corrupção como facto teórico, enquanto isso, na prática realiza – se tanta corrupção que chega a superar o passado, ao ponto do seu Executivo ter dedicado o tempo inteiro empenhado em actos de corrupção, cuja índole dá lugar à um enriquecimento ilícito das elites que dirige. Chegado aqui e perante o mal-estar que se sente, em relação à sua governação cheia de corrupção, é líquido concluirmos que esta não era a forma como esperava ser visto pelo povo angolano. JLO percebeu, finalmente, que ninguém mais porá o pescoço de fora por ele. O mal-estar em relação a ele e aos seus acelera ao não mais poder ser o processo de transferência do centro de gravidade do poder. Nota – se que, até mesmo a sua mulher Ana Dias Lourenço encontra – se perturbada pelo descontentamento o que resultará num possível divórcio, entre ambos, logo que João Lourenço abandonar o poder. Como tal, JLO montou uma estratégia cuja índole visa imitar Joseph Kabila Kabange, quando esteve nos últimos dias do seu poder na RDC, onde o plano visou deixar o poder às mãos da oposição, ignorando assim o Partido que levou – lhe à Presidência da República. JLO pretende fazer o mesmo, abandonar o MPLA, logo que deixar o poder, e filiar – se a oposição, tornando – se assim, no maior rival do próprio MPLA. Outrossim, os EUA defenderão JLO com patas de Leão, tendo assim, um lugar precioso reservado para Lourenço nos EUA quando este abandonar o poder em Angola. Se, abandonar, será na América onde Lourenço poderá imigrar. Aliás, os americanos são aliados de Lourenço da linha da frente. São eles que o defenderão quando estiver entregue à deriva.

Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo foi aposta de Joseph Kabila Kabange na RDC. Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo dirigente da União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), o maior e mais antigo partido de oposição da República Democrática do Congo, chegou à Presidência da República graças ao magno esforço evocado por Joseph Kabila, que despistou qualquer hipótese que visava deixar o poder às mãos de políticos do Partido Popular pela Reconstrução e Democracia, onde Kabila terá sido Presidente ao longo de variados anos da sua governação. Com o medo de uma possível revolta por parte dos seus colegas de trincheiras, Kabila atirou o poder às mãos de Tshisekedi, deixando assim o seu Partido com as mãos cheias de nada.

Na mesma óptica, JLO com o fracasso sombrio que assombra a sua arena política, pretende dar um golpe duro e deixar o poder às mãos da oposição quando estiver a ausentar – se da Presidência do País que dirige desde 2017.

João Hungulo: Mestre em Filosofia Política & Pesquisador.

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