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Segunda, 28 Julho 2014 14:40

Banco Nacional de Angola parece uma coutada Presidencial

O Banco Kwanza Invest, como todas as instituições económicas e financeiras do país, é a clara demonstração da força do poder absoluto do presidente que, graças a uma elevadíssima e cara operação de lavagem de imagem é “vendido” como pacificador, mas cujas políticas estão a aumentar o ódio, face à política de discriminação e exclusão.

Importa, também neste contexto, recordar que José Filomeno (“Zénu”) dos Santos, também Presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola (FSDEA) não se cansa, com a devida e subtil cobertura do pai, de violar a Lei da Probidade Pública ao exercer cargos de topo (nem outros seriam admitidos pelo regime) em empresas privadas, nas quais tem todo e mais algum poder de decisão, mesmo que o faça por debaixo da mesa.

Estiveram, estão ou deixaram de estar embora continuando a estar, nesse espectro a Cafisa, Construção Civil e Obras Públicas (Jesus Martins, Jean-Claude Bastos de Morais, Gilberto de Jesus Cabral Pires e Zénu dos Santos); Benfin SA, construção civil, exportação e importação (Mirco de Jesus Martins - filho de Manuel Vicente -, Jean-Claude Bastos de Morais, e Zénu dos Santos); Benguela Development SA (Mirco de Jesus Martins, Jean-Claude Bastos de Morais, e Zénu dos Santos); Sociedade de Urbanização da Graça (Mirco de Jesus Martins, Jean-Claude Bastos de Morais, e Zénu dos Santos); Staze (Mirco de Jesus Martins, Jean-Claude Bastos de Morais, e Zénu dos Santos).

No dia 26 de Junho do ano passado, o Fundo Soberano de Angola anunciou em comunicado que José Filomeno dos Santos, vendera todas as suas participações accionistas no Banco Kwanza Invest. Era verdade.

Num processo que retrata de forma inequívoca a transparência o regime, tinha-as transferido para o seu amigo e sócio Jean-Claude Bastos de Morais com quem, aliás, fundara o Banco Kwanza, em 2008. Mas há mais. Quando se analisa a estratégia do regime há sempre mais qualquer coisa. E nunca se consegue chegar ao fundo, tal é a blindagem e a repressão sobre quem tenta lá chegar.

José Eduardo dos Santos, segundo indícios vários, terá colocado sob alçada indirecta de José Filomeno dos Santos o Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), instrumento supostamente criado para apoiar as micro, pequenas e médias empresas do país. O FACRA foi criado em 2012 por José Eduardo dos Santos ao abrigo do Decreto Presidencial 108/12 de 7 de Junho, tendo a gestão sido entregue à Sociedade Kwanza Gestão de Participações, o braço empresarial de “Zenu”, cujo PCA era Alberto Mendes, um jovem do regime e camarada da JMPLA, filho do antigo do governador do Bengo, Isalino Mendes.

Ora, com toda a transparência que é, aliás, o ADN do regime, para ter acesso ao Fundo Activo de Capital de Risco Angolano era obrigatório, em termos práticos, passar por uma instituição bancária. E qual era essa instituição? Obviamente o Banco Kwanza. O próprio FACRA assume que para dele se ser beneficiário é preciso uma “ficha de abertura de conta junto do Banco Kwanza Investimento, devidamente preenchida e previamente aceite pelo serviço respectivo”.

Antes, no dia 11 de Agosto de 2012, o ministro da Economia, Abraão Gourgel, e o Banco Kwanza formalizaram o arranque do FACRA, assumindo que este se destinava a financiar o programa “Angola Investe”, avançando o ministro que em 2022 o seu impacto positivo resultaria num crescimento de mais de USD10 bilhões no Produto Interno Bruto e na criação de mais de 500 mil novos empregos. O FACRA diz ser um dos maiores fundos de capital de risco presentes em África.

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