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Quinta, 26 Setembro 2019 22:32

Sentiremos saudades do tempo de Zé Dú: “o tempo da música do Sebem a felicidade todos nós queremos”

O tempo de JES era caracterizado como um tempo da felicidade, em que o angolano era viciado em coabitar com o bem - viver, até indivíduos dotados de fraca destreza manual, eram capazes de colher centésimos de moedas à abastança. No tempo de JES todos angolanos eram chamados de charmosos, vaidosos e achados em ricos no Dubai, em Portugal e no Brasil.

Os estrangeiros diziam: “o angolano acha – se de ser muito importante, nem parece ser africano, parece vir de um paraíso, que não seja África.” Faz –se lembrado que no tempo de JES, os angolanos eram capazes de viajar ao Brasil, com capacidade económica extraordinária, tendo desde então, desenvolvido actos que culminavam com festas como se fossem cheiks árabes multimilionários, rodeados de super – mulheres, hospedavam nos hotéis mais caros do Brasil e em zonas super – luxuosas.

Era uma vida de super – luxo que muitos angolanos levavam no tempo de JES, todos queriam ser angolanos. E existem hoje muitos estrangeiros que obtiveram cidadania angolana só para serem respeitados e dignificados pelo mundo fora. Todos viveram algum bem, neste tempo. Não tinham tudo, mas tinham o mínimo. Todos tinham o mínimo para viver, os pobres, eram pobres felizes. Os brasileiros, portugueses, moçambicanos, e, outros tantos, chamavam aos angolanos de bosses. Os angolanos tinham quase tudo, quando encontrados fora de Angola. Até mulheres brasileiras se entregavam as sobras quando soubessem que alguém era angolano no Brasil. Os angolanos quando fossem pousam em Moçambique, em Cabo-verde, em Portugal e no Brasil, eles eram os donos de tudo, enquanto lá estivessem, como naqueles filmes dos negros americanos, em que o “Rei dos bandidos”, pousa no meio de mulheres excessivamente lindas, nunca menos de 3 (três) mulheres.

No tempo de JES o vício de viver bem penetrava em largas camadas angolanas até nas sanzalas, viciados todos em dar festas (Raves Nigt”s). Já chegou – se de assistir jovens com menos de 25 anos, com mais de 7 (sete) carros de luxo no quintal, mais de 3 (três) milhões de kzs na conta bancária, pensava – se que, fossem filhos dos tais, pela ironia do destino, muitos dos tais jovens, eram simples roboteiros das alfândegas ou taxistas, que das michas e dos taxis fizeram – se ricos… No tempo de JES o angolano chegou a ser tão rico, que literalmente já não sabia o que fazer mais com tanto dinheiro que tinha à seu alcance. Jovens viajavam para Europa (Inglaterra, França, Suíça, Alemanha, Itália, Portugal) quando bem quisessem o fazer. No tempo de JES, ouvíamos o roncar de motorizadas gigantes mais caras que um camião, não era necessário ser filho de Ministro para ter um Mercedes, um Lexus, um Cayeno, um V8, um Lander Cruzer, um Tubarão, era simplesmente necessário trabalhar, o dinheiro era fácil de adquirir e o Kzs não era tão burro quanto o é hoje, etc… Todos, viveram bem em Angola, até o pobre bailava bêbado de alegria, no tempo de JES. Nos musseques havia parabólicas, e já via – se até a DSTV e Zap…

No tempo de JES o angolano na Europa era excessivamente estimado e respeitado, porque era digno, luxuoso, bangão, cheio de riquezas, muita roupa de rico, e mulheres lindas ao seu redor. Mas afinal, a felicidade morre sempre cedo, o tempo em que vivíamos alguma coisa de vida, no mundo, foi – se para sempre. Chegou a era do markiting político, a era das viagens de JLO que de nada traz em termos de felicidade no seio do País. O povo sofre pior que no tempo colonial. Há fome em todos os lugares, no sul do País, pessoas morrem feitos insectos, não há emprego, e o Estado inventa a maldita feira de emprego em vez de fazer concurso público. No tempo de JLO só existe menosprezo e azar contra os angolanos lá onde estiverem. Não há emprego para médicos mas contratam chineses e cubanos para trabalharem em Angola, enquanto isso, perto de 4000 médicos estão no desemprego, fazem concurso público com acesso à 3000 vagas para médicos, e só admitem 640 médicos, ainda assim, dão – se ao luxo de dizer que há falta de médicos no País, enquanto isso, mais de 4000 médicos estão desempregados. O tempo de JLO é o tempo da fome, e da miséria, o angolano tornou – se tão pobre que nem no lixo sequer encontra alguma coisa para comer.

Os dias actuais são crónicos em nos oferecerem azares, o trabalho actual, não supre em nada a carência da vida que o angolano leva. JLO transformou Angola num inferno à céu aberto. A pobreza aumentou, a classe média está a desaparecer, os ricos estão a se tornar cada vez mais pobres. As empresas estão a encerrar, o desemprego está a aumentar, muitos indivíduos estão a perder empregos. O número de delinquentes está a aumentar, o descontentamento social está a multiplicar – se. Esse tempo é mestre em nos oferecer desgraça como o único alimento a ingerir. A crise piora dia – pós – dia, e o Governo não tem solução para nada. Encerram – se todos os meios que davam acesso as riquezas para o povo angolano. Ninguém sabe para onde vai o dinheiro. JLO cercou – se de aves comensais que são mestras em darem péssimos conselhos. O País ficou inundado por tristeza, já não se duvida de que Angola será vendida dentro de pouco tempo, porque quem vende todas as empresas do Estado, está a vender o próprio País. O tempo de JLO nos será sempre recordado como o tempo da fome, da miséria, da pobreza, da má vida, da infelicidade, da desgraça, do desemprego excessivo, da perdição, das emigrações excessivas de angolanos para o exterior. É um tempo que entrará na história e ninguém ousará querê – lo novamente, quando se for embora. Péssimo é o tempo de JLO que não deixará saudades à ninguém, onde a comida subiu feito o preço do diamante ou do ouro no mercado angolano.

O tempo de JLO é caracterizado pela implementação de impostos pesados, pelo fim da sociedade média, pela venda de todas as empresas do Estado começando pela Sonagol, por final, Angola será propriedade privada dos estrangeiros e dos angolanos com dinheiro para comprar a Endiama, a Sonangol, a Enana, a Ensa, o BPC, etc, etc... Seremos todos vendidos aos que têm algum dinheiro para fazerem - nos mercadorias de ordem privada, porque quem vende a economia de um País, já vendeu o seu próprio País incluindo o seu povo, esse é o tempo do JLO, o tempo bom de JES, foi - se e jamais voltará, teremos saudades daquele tempo dos dólares e euros em bonança.

Bem – haja! 

Por João Henrique Hungulo

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