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Segunda, 01 Março 2021 20:10

UNITA denuncia intolerância em província "endémica" e apresenta queixa à PN contra o MPLA

A UNITA denuncia a vandalização, nos últimos dias, de várias casas de membros do partido no município da Ganda, na província angolana de Benguela, por supostos militantes do MPLA, e diz que existem sinais de uma situação ‘’endémica’’ em matéria de intolerância política.

O secretário do galo, que efectuou, recentemente, um périplo pelos municípios do litoral, queixou-se, em entrevista a OPAÍS, Sábado último, 27, de um caso de intolerância contra militantes seus no município da Ganda, precisamente na comuna do Kasseke, com o registo de bens saqueados, supostamente por membros do partido governante.

‘Apresentámos a situação à polícia. Pelo menos, nas últimas 24 horas, a situação está um pouco mais calma’, garante. Adriano Sapingalã considera endémica a situação de intolerância política em Benguela e aponta, por isso, o diálogo como via de se combater esse mal que, volta e meia, vai, em certa medida, opondo militantes das duas formações partidárias (MPLA e UNITA).

Deste modo, o deputado à Assembleia Nacional responsabiliza determinados autores políticos pelos cenários que têm vindo a ocorrer no interior, de tal sorte que entende ser imperiosa a introdução da conduta pedagógica, por parte destes, aconselhando os cidadãos sobre os males que estas práticas representam, a julgar pelo facto de o país estar em democracia, regime em que se respeitam as diferenças.

‘Quando se perder em quesilias por causa de partidos políticos, vamos retardar a estabilização do nosso próprio país. Há problemas sociais gritantes que requerem dos cidadãos um pouco mais de entrega e, até mesmo, determinação, para a busca de soluções’, frisou.

De acordo com Sapingalã, o país tem desafios grandes para os quais os cidadãos, independente da cor partidária, são chamados a debitar conhecimento para ultrapassá- los e, neste sentido, chama atenção que ‘Angola é de todos’. ‘E, neste particular, é necessário que se passe esta mensagem para os nossos cidadãos na província de Benguela, porque, na verdade, precisamos de trabalhar para pacificar os espíritos’, refere o político, que agendou, para os próximos dias, um encontro com a sociedade civil para transmitir a mensagem de mudança, na base da estratégia gizada superiormente pelo partido de Adalberto Costa Júnior.

Para esta semana, a agenda de Adriano Sapingalã reserva deslocações aos seis municípios do interior da província, onde prevê levar uma mensagem de angolanidade, na perspectiva de se evitar incidentes que ocorrem, envolvendo, geralmente, militantes do MPLA e da UNITA.

Entretanto, a primeira impressão com que ficou, na sequência da sua primeira visita ao litoral de Benguela, é que a máquina partidária está preparada para os próximos desafios políticos, estando, segundo constatou, a massa militante ávida para a alternância de poder. ‘Como temos estado a apregoar, a nossa dinâmica vai ser mais fora do gabinete.

Dedicar mais o nosso tempo em contacto com o cidadão’, prometeu o político, em entrevista a O PAÍS, momentos depois de ter presidido à sua primeira reunião da comissão política desde que assumiu as funções de secretário do Galo Negro em Benguela.

Regresso do movimento Pro Pace

Com o país a sentir já o pulsar do relógio eleitoral, o evangelista João Guerra, da Igreja Católica, refere que a experiência pede que se reactive o movimento Pro Pace, de que fez parte na altura do conflito.

"Quando se fala em sociedade civil, é muito vago, temos de falar da igreja, que é a reserva moral. Neste caso, devia aparecer com a comissão de justiça e paz, em todas as paróquias, e passar depois para formação’’, sugere Guerra.

Ele afirma ainda que "a guerra acabou mas cada um tem uma bomba atómica preparada para o outro, por isso os bispos devem revitalizar o Pro Pace".  C/VOA

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