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Quarta, 27 Julho 2022 13:32

Ataque a missão na RDCongo "pode ser considerado crime de guerra", diz ONU

A ONU considera que o ataque na terça-feira contra as suas instalações no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), que provocou a morte de um "capacete azul" e dois polícias, pode constituir crime de guerra.

A alegação foi feita pelo porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, que, em comunicado, acrescentou que "qualquer ataque dirigido contra 'capacetes azuis' pode ser considerado um crime de guerra", pelo que pediu às autoridades da RDCongo que "investiguem este incidente e rapidamente responsabilize judicialmente os responsáveis".

O sucedido na terça-feira, que visou instalações da missão da ONU na RDCongo (Monusco) foi o mais recente de uma série de incidentes contra a ONU no país.

No comunicado, Farhan Haq sublinhou que o secretário-geral da ONU, António Guterres, "condena firmemente" o ataque e transmitiu as suas "profundas condolências" às famílias das vítimas, identificadas como um "capacete azul" egípcio e dois polícias indianos.

"O secretário-geral também condena veementemente a violência contra várias bases da ONU em Kivu do Norte desde 25 de julho, em que indivíduos e grupos invadiram e se envolveram em saques e na destruição de bens da ONU, bem como saques e incêndios nas residências de funcionários das Nações Unidas", destacou Haq.

O porta-voz disse ainda que Guterres também lamenta a morte dos manifestantes e reiterou "o compromisso da Monusco em trabalhar com as autoridades da RDCongo para investigar estes incidentes", recordando ao mesmo tempo o estatuto das forças da ONU com as autoridades de Kinshasa, que "garante a inviolabilidade de instalações das Nações Unidas".

Finalmente, Farhan Haq disse que Guterres "sublinha o firme compromisso da ONU com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da RDCongo".

"A ONU, através do seu representante especial na RDCongo e da sua missão, mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, continuará a apoiar o governo e o povo da RDCongo nos seus esforços para alcançar a paz e a estabilidade no leste do país", concluiu.

A Monusco está estacionada no nordeste da RDCongo há mais de 20 anos, numa tentativa de fortalecer a paz no país, apesar da presença de cerca de 130 grupos armados que disputam o controlo dos vastos recursos naturais do país, designadamente cobre, cobalto, ouro e diamantes.

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