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Sexta, 07 Fevereiro 2020 21:59

Filho do Presidente do Congo-Brazzaville foi acusado de lavagem de dinheiro

Denis Christel Sassou Nguesso Denis Christel Sassou Nguesso

Um filho do Presidente do Congo-Brazzaville foi acusado em dezembro de 2019 no inquérito sobre o vasto património em França da família Nguesso, soube hoje a AFP de fonte próxima do dossiê.

Denis Christel Sassou Nguesso, de 45 anos, foi acusado de lavagem de dinheiro pelo juiz de instrução encarregado do inquérito principal, designado “bens mal adquiridos”, às suspeitas de aquisições fraudulentas de património pelos dirigentes africanos que desviam fundos públicos, segundo esta fonte, que confirmou uma informação divulgada pela revista Challenges.

Deputado pela circunscrição do Oyo, no norte do país, bastião do seu pai, Denis Sassou Nguesso, que já está há 36 anos a dirigir o país, Denis Christel – com a alcunha de ‘Kiki, o petroleiro’ – foi até 2016 o número dois da importante Sociedade Nacional dos Petróleos do Congo (SNPC).

Num relatório divulgado em agosto, a organização não-governamental britânica Global Witness acusou-o de ter desviado mais de 50 milhões de dólares (46 milhões de euros) de fundos públicos em 2014.

Denis Christel Sassou Nguesso é o primeiro membro da família a ser acusado neste assunto, depois de uma primeira série de acusações em 2017, designadamente de receção e lavagem de fundos públicos desviados.

Na ocasião, uma filha do Presidente e o seu marido, Julienne Sassou Nguesso e Guy Johnson, tinham sido acusados em junho de 2017. Algumas semanas depois, foi a vez de dois sobrinhos do Presidente, Wilfrid e Edgar Nguesso, bem como a mãe deste último, Catherine Ignanga.

A mudança do juiz de instrução, no fim do verão de 2017, tinha diminuído o ritmo das investigações, antes de reganharem força em 2019, marcadas por numerosas audições dos investigadores do Serviço Central de Luta contra a Corrupção e as Infrações Financeiras e Fiscais, segundo outras fontes próximas do dossiê.

Nestas investigações, o notário Jean-Michel Normand e uma dirigente da agência imobiliária AICI, Elisabeth Gandon, também foram objeto de acusação em dezembro último, como noticiou então o diário Le Monde.

Em fevereiro de 2016, o presidente Sassou Nguesso tinha contra-atacado, apresentando queixa contra a organização não-governamental Transparency International.

“Enquanto esta queixa não tiver sido totalmente examinada, o fundo deste dossiê potencialmente ilegal não terá sido respondido”, declarou Jean-Marie Viala, advogado da família Nguesso, à AFP.

Vários bens imobiliários, entre os quais dois apartamentos em Paris, em nome de Antoinette Sassou Nguesso, a esposa do Presidente congolês, tinham sido então confiscados pela justiça francesa.

Aberto em 2009, em Paris, depois de uma queixa de três associações, o inquérito incide igualmente sobre o património da família Bongo, que lidera o Gabão.

Já o caso relativo à Guine Equatorial está em fase de recurso apresentado pelo vice-presidente do país, Teodoro Obiang Nguema, que aguarda a decisão do tribunal parisiense, esperada na segunda-feira.

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