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Sexta, 09 Março 2018 13:15

Professores universitários queixam-se de subsídios em atraso desde 2010

A direção do Sindicato de Professores do Ensino Superior (SINPES) de Angola denunciou hoje que o Estado angolano não paga subsídios aos docentes universitários há mais de sete anos, criando desmotivação entre os professores.

Em declarações à agência Lusa, a propósito do arranque, esta semana, das aulas do ano académico 2018, o secretário para informação do SINPES, Manuel da Silva Domingos, explicou tratarem-se de subsídios de orientação de trabalhos de fim de curso ou de conclusão de tese, que não são pagos pelos ministérios com a tutela das Finanças e do Ensino Superior, desde 2010.

"São inúmeros incumprimentos. O ano académico 2018 começa ainda com dívidas elevadíssimas de subsídios que o Estado não paga há anos", explicou.

O Sindicato de Professores do Ensino Superior de Angola fala mesmo em má-fé por parte do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, ao não esclarecer os motivos de incumprimentos para com o corpo docente.

"Uma vez que não efetua os respetivos pagamentos deveria apresentar os motivos do não pagamento. De qualquer forma, os professores começam o ano letivo insatisfeitos e muitos decidem não orientar trabalhos por não serem pagos", acrescentou.

O secretário para informação do SINPES manifestou-se igualmente descontente pelo facto de o sindicato não ter sido convidado para apresentar a situação dos docentes universitários no ato central de abertura do ano académico 2018.

"O sindicato foi convidado e marcou presença no ato, mas não discursou. O que quer dizer que o ano académico começa mal, em termos de parcerias entre o sindicato e o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação", adiantou.

O ano académico de 2018 foi aberto oficialmente a 26 de fevereiro, na província da Lunda Sul, pelo Presidente angolano, João Lourenço, que anunciou um crescimento superior a 20.000 vagas, em comparação com ano anterior.

Segundo João Lourenço, apesar do crescimento do número de estudantes universitários no país ser já bastante significativo, Angola ainda "está aquém" dos valores recomendados pela União Africana, que pretende que os países africanos atinjam 50%, em 2063.

"Ainda temos pela frente um grande desafio, porque a taxa de jovens com idade para frequentar o ensino superior continua muito aquém dos valores recomendados pela União Africana", realçou na ocasião.

Ainda de acordo com Manuel da Silva Domingos, as instituições do ensino superior no país continuam a funcionar "sem as condições exigidas" pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), sobretudo em termos das infraestruturas.

Salas de aula em mau estado de conservação ou falta de materiais de apoio, entre outros aspetos, ainda afetam o processo de ensino e aprendizagem em Angola, concluiu o sindicalista.

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