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Terça, 02 Janeiro 2018 14:45

Angolanos valorizam combate à corrupção, mas priorizam melhorias na saúde e educação

Angolanos contactados pela Lusa consideram importante a luta contra a corrupção, a palavra de ordem do novo Presidente de Angola, mas colocam à frente o desejo de ver melhoradas as condições de saúde e educação.

João Lourenço completa a 04 de janeiro cem dias de governação, substituindo no cargo José Eduardo Santos, que governou o país de 1979 até 2017, ano em que foram realizadas as últimas eleições gerais de Angola.

Mateus Júnior, funcionário público, considerou prematuro fazer-se já um balanço sobre os cem dias de governação, por ser esta ainda uma fase em que João Lourenço "está a começar a arrumar a casa".

"Tem de se dar o benefício da dúvida com relação a isso. Uma vez que também os angolanos estão a fiscalizar as palavras do Presidente, só a partir dos seis meses se pode ver se realmente se o que ele dizia está a praticar ou se simplesmente é uma fachada", disse em declarações à agência Lusa.

Para o futuro, Mateus Júnior quer ver melhorias sobretudo nos hospitais.

"É uma lástima. A primeira coisa é a Saúde, sem a Saúde, mesmo ele que está lá no poder não consegue fazer nada, gostaria que ele arrumasse primeiro a Saúde nos hospitais", frisou.

Liseth das Neves, funcionária do Bureau Veritas de Angola, já visualiza mudanças desde que João Lourenço foi eleito nas eleições gerais de 23 de agosto e acredita que mais ainda virão, com a colaboração de toda a sociedade.

"Porque ele sozinho não vai conseguir fazer absolutamente nada. Nós angolanos temos de ter o objetivo de mudar o nosso país, que é uma dádiva de Deus", disse, acrescentando que Angola tem tudo para os angolanos terem o suficiente para "viver bem e muito melhor".

Liseth das Neves defendeu melhorias sobretudo na Educação para que os angolanos vivam bem e melhor, particularmente a juventude, afetada pela falta de escolas públicas.

"O salário não compensa, nem todos os pais têm a mesma possibilidade de meter o filho numa escola privada, as escolas estatais são poucas e há um nível elevado de delinquência. Estes jovens precisam de muita atenção, e eles refugiam-se na delinquência, no mais rápido, que os leva ao caminho que não é certo", realçou.

Já Mariquinha Domingos, estudante, antevê melhorias para o futuro, tendo em conta o discurso e propostas que o Chefe de Estado angolano divulgado, com destaque para o combate à corrupção.

"Já mudou diversas coisas, como acerca da corrupção, as pessoas agora estão muito mais atentas e divulgam mais isso e também acerca das condições de vida dos angolanos tem mudado, porque as pessoas agora apelam mais, têm tendência a ter mais abertura", disse.

Segundo Mariquinha Domingos, essa abertura hoje é evidenciada com a maior exigência por parte dos cidadãos, diferente do que acontecia na governação anterior.

"A população já não está assim tão tímida como na governação dos anteriores, a população agora presta mais atenção, quer saber mais e consegue zelar mais pelos seus direitos, está mais exigente", salientou.

As opiniões acima relatadas foram também partilhadas por Paulo Lourenço, estafeta, mais conhecido por "Paulo da Fé", que quer dar tempo ao Presidente para mostrar ao que veio, como Deus também teve para fazer o mundo.

"Porque Deus fez primeiro a terra. É por etapas, nem tudo de uma vez (...). Nós como angolanos vamos ajudar", disse.

Em 2018, Paulo Lourenço espera que haja melhores condições de saúde e mais escolas para os angolanos, e emprego principalmente para a juventude.

Relativamente à saúde, Paulo Lourenço focou a questão da falta de medicamentos, lembrando que, no tratamento para a tuberculose, além de caro, há carência de medicamentos.

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