Em entrevista à TPA, o economista apoiou a iniciativa do Presidente da República de solicitar o repatriamento das fortunas depositadas no estrangeiro, sob o risco de reverterem a favor do Estado.
"Quando existe uma acção comprovada de lavagem de dinheiro é porque os recursos de uma sociedade não são alocados para as suas reais necessidades\", referiu, salientando que a sociedade civil deve ser a primeira a denunciar tais práticas.
O fenómeno ocorre, por exemplo, quando alguém vende drogas, não pode fazer depósitos e como o negócio é sujo, cria empresas e vai falseando as vendas. “O processo de lavagem é dinheiro sujo que entra para o banco, e sai limpo após o seu levantamento”, explicou.
Quando as pessoas ligadas à prática do branqueamento não conseguem justificar os bens que mais tarde adquirem com o dinheiro desta actividade, disse, é porque existe uma grande falha de supervisão das autoridades. “Numa economia formal é possível averiguar se uma empresa fez ou não as vendas”, salientou.
No seu entender, as instituições de controlo financeiro, comercial, incluindo a Polícia Económica, devem ter capacidade para combater e denunciar os cidadãos que insistem na prática do branqueamento de capitais.
Para o economista, a luta contra o branqueamento de capitais não deve ser apenas da responsabilidade do Executivo ou do MPLA, mas de todos os partidos políticos da oposição.
Rui Malaquias minimizou, por outro lado, as declarações de Isaías Samakuva, segundo as quais não existem ricos na UNITA. Penso que Samakuva faltou com a verdade. Existem dirigentes do “Galo Negro” com fortes ligações ao BANIF (um banco português recentemente adquirido pelos espanhóis do Santander), disse.
“Existem muitos responsáveis da UNITA com património no exterior comprado com os diamantes levados de forma ilegal para o exterior”, afirmou Rui Malaquias, acrescentando que o repto lançado pelo Presidente da República é dirigido a todos os cidadãos sem excepção.
Durante a guerra, lembrou, a UNITA teve acesso a áreas de reserva e exploração de diamantes e conseguiu levar, de forma ilegal, muito dinheiro para fora do país, que deve ser repatriado. JA
