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Segunda, 05 Outubro 2015 06:12

Taxistas de Luanda em Greve

Em declarações ao Rede Angola o presidente da Associação de Taxistas de Luanda (ATL), Manuel Faustino, confirmou a greve dos candongueiros na capital, hoje, e disse que neste momento todos os taxistas foram convocados para se reunirem na Rua dos Comandos, no Cazenga, onde decidirão os próximos passos da paralisação.

Manuel Faustino não quis adiantar por telefone quais as reivindicações dos grevistas e disse que qualquer decisão “vai sair de dentro desse foro” e será exposta à imprensa.

Nas redes sociais, desde as primeiras horas da manhã, os luandenses estão a fazer relatos quer por escrito ou através de fotos, da paralisação que decorre em diversos pontos da cidade.

As publicações mostram as paragens lotadas, estradas bloqueadas com carros ou barricadas, além de relatos de que os grevistas estão a manifestar-se violentamente contra os colegas que insistem em trabalhar. Vários terão sido agredidos com pedras.

Em declarações ao RA, o porta-voz do Comando Provincial de Luanda, chefe Mateus Rodrigues, confirmou, sem precisar o número, que alguns grevistas foram detidos.

“A Polícia Nacional está a trabalhar no sentido de manter a ordem e tranquilidade pública. O direito de greve em si é legitimao e podem realizar desde que seja pacífica”, disse e confirmou que há “relatos de alguns casos de violência, obstrução de vias, danos materiais e ofensas corporais”.

O chefe Mateus Rodrigues revelou ainda que “já se conseguiu normalizar a actividade em alguns pontos”. E agora estão a “trabalhar em outros pontos onde se faz sentir a presença desses arruaceiros”.

A paralisação de hoje ocorre após várias ameaças de greve devido ao aumento do preço dos combustíveis sem alteração do preço da passagem.

O RA constatou que no trecho entre o Morro Bento e o Aeroporto, a via está congestionada porque os candongueiros criaram barreiras para impedir a circulação não apenas dos táxis, mas também de outros veículos.

Na Vila do Gamek o cenário é o mesmo. Há relatos de que os passageiros estão a ser impedidos pelos grevistas de subirem até nos próprios autocarros. O mesmo acontece na rota Cuca-São Paulo e nos Congolenses.

“No Grafanil, em Viana, os taxistas estão a fazer confusão com os passageiros e outros taxistas que estão a tentar trabalhar. Se virem um carro com três pessoas mandam parar e descer”, descreveu um passageiro ao RA, que até ao momento não conseguiu chegar ao trabalho, no Talatona.

Há uma semana a Direcção de Viação e Trânsito trocou o ponto final de algumas rotas em Luanda, a fim de, segundo o órgão, melhorar o trânsito na capital. Os táxis que chegavam até a rotunda da Cuca, agora estão a parar no tanque do Cazenga, encurtando assim a rota e fazendo com que os passageiros tenham que caminhar para apanhar o táxi. Essas mudanças também estão a ser questionadas pelos grevistas.

Cada litro de combustível custa actualmente Kz 115 enquanto o gasóleo está nos Kz 90. No espaço de sete meses subiram respectivamente 91 por cento e 125 por cento, devido à retirada dos subsídios públicos que permitiam manter os preços baixos, mas a tarifa cobrada, tabelada, permanece inalterada: Kz 100.

RA

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