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Domingo, 12 Julho 2020 17:09

Fundo Soberano de Angola registou prejuízos de 384,2 milhões USD em 2017

Entre 2012 e 2107, a instituição que recebeu mais de cinco mil milhões USD do Estado angolano contabilizou perdas acumuladas de 680,1 milhões USD. Auditor independente recusa-se a emitir opinião sobre as contas de 2017, por falta da informação.

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) registou prejuízos de 384,212 milhões USD em 2017, elevando os prejuízos acumulados desde a sua fundação para 680,069 milhões USD, de acordo com as demonstrações financeiras de 2017, as quais foram objecto de escusa de opinião, quer pelo auditor independente, quer pelo conselho fiscal, por falta de informação.

Segundo as contas publicadas este domingo no Jornal de Angola, com um atraso de mais de dois anos, o Fundo chegou ao final de 2017 com capitais próprios de 4 539,2 milhões USD.

O Estado injectou no FSDEA cerca de 5 046 milhões USD, entre dotação de capital de 5 mil milhões USD e 46 milhões USD a título de despesas de instalação. Feitas as contas, no final de 2017 o Fundo valia menos 506,6 milhões USD do que Estado meteu na instituição.

Para os prejuízos de 384,2 milhões USD em 2017 contribuíram imparidades de 434,8 milhões de USD em investimentos em subsidiárias. Ou seja, em 2017, os investimentos do FSDEA em participadas perderam 434,8 milhões USD do seu valor.

O valor dos investimentos em subsidiárias é a principal justificação apresentada pelo auditor independente, no caso a PWC, para emitir opinião sobre as demonstrações financeiras de 2017. Os investimentos do Fundo em subsidiárias eram geridos pela Quantum Global.

Depois que o FSDEA intentou acções judiciais contra a gestora de activos do suíço-angolanos, Jean-Claude Bastos de Morais, deixou de ter acesso a informação sobre esses investimentos. Os auditores internos queixam-se ainda de não ter tido acesso ao acordo extra judicial entre o Fundo e a QG.

Tudo somado, a PWC diz que não foi possível concluir com o necessário grau de segurança sobre o justo valor da rubrica “investimentos em subsidiárias – justo valor” e por isso escusa-se a emitir opinião sobre as demonstrações financeiras do FSDEA de 2017.

Para essa escusa contribuiu, igualmente, o facto de a sociedade de advogados do Fundo não ter respondido quando questionada sobre eventuais litígios e outras situações relevantes envolvendo o FSDEA à data de 31 de Dezembro de 2017.

Quem também se escusou a dar opinião sobre as demonstrações financeiras de 2017 do Fundo foi o seu conselho fiscal que justificou a sua posição com o facto de ter apenas sido nomeado em Março de 2018, depois de encerrado o exercício, e também com a relevância das matérias levantadas pela PWC.

A posição do conselho fiscal contrasta com a administração do Fundo liderada por Carlos Alberto Lopes que apesar de também ter sido nomeada apenas em Janeiro de 2018 assina as demonstrações financeiras de 2017.

O FSDEA não divulgava contas desde Setembro de 2017 quando publicou as demonstrações financeiras de 2016.

Contudo, as contas de 2016 e 2017 foram publicadas incompletas já que não se fizeram acompanhar das respectivas notas explicativas.

O Mercado sabe que as notas explicativas de 2016 e 2017, bem como as contas de 2918 e 2019 deverão ser publicas mos próximos dias no site da instituição e/ou no Jornal de Angola. MERCADO

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