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Segunda, 06 Julho 2020 19:10

Ministério do Interior considera “barbaridade” morte de agente fronteiriço na RDCongo

A delegação provincial de Lunda-Norte do Ministério do Interior de Angola condenou hoje a morte de um agente angolano na República Democrática do Congo (RDCongo) pelas forças armadas do país, que considerou como uma “barbaridade”.

“A delegação provincial do Ministério do Interior na província da Lunda-Norte condena veementemente e manifesta profunda indignação pela tamanha barbaridade cometida pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo”, lê-se num comunicado hoje emitido pelo gabinete de comunicação da instituição.

Em causa está a morte de um agente angolano, da 7.ª unidade da Polícia de Guarda Fronteira (PGF), “vítima de disparos por armas de fogo pelas FARDC [Forças Armadas congolesas], no posto fronteiriço Tchitundo/RDCongo de correspondência com o posto de Nachiri/Lunda-Norte, município de Chitato”, referiu a nota.

O documento explicou que dois agentes se encontravam “oficialmente em missão de serviço ao longo da fronteira, a bordo de uma motorizada” quando se depararam com um “acampamento ocupado por indivíduos trajados a civil e com grandes quantidades de combustível armazenado em bidões”.

A delegação provincial do Ministério do Interior referiu que os dois agentes da PGF estavam “convencidos de que se tratasse de um grupo de contrabandistas de combustível e mercadorias no interior” de Angola e que, por isso, tentaram fotografá-los.

O acampamento em questão era composto por um destacamento das FARDC, localizado a cerca de 300 metros além do limite de fronteira.

“Os soldados das FARDC aproximadamente 20 elementos, decidiram prendê-los e, estes, na vã tentativa de fuga, foram alvos de disparos de arma de fogo, tendo resultado na morte de um agente e a escapatória de outro, que se apresentara horas depois na Subunidade da PGF/Chitato”, detalhou o comunicado.

O documento acrescentou que foram estabelecidos contactos entre os dois países e que o cadáver do agente foi entregue, assim como a motorizada onde os dois agentes seguiam, no entanto, as forças congolesas não devolveram uma pistola nem o telemóvel da vítima mortal.

A delegação provincial do Ministério do Interior criticou a ação das FARDC e recordou um acordo recentemente assinado.

“O recém acordo definido no passado dia 10 de junho do ano em curso faz apelo ao não emprego de armas de fogo entre as forças, seja quais fossem as razões, tendo em conta a falta de sinais visíveis de delimitação da fronteira comum”, vincou a delegação provincial do Ministério do Interior angolano.

O Governo da RDCongo denuncia regularmente a entrada de soldados angolanos no seu território, muitas vezes alegando estarem em perseguição de elementos da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC).

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