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Quinta, 04 Junho 2020 15:46

BPC com prejuízos de 404,7 mil milhões de kwanzas em 2019

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) registou um prejuízo de 404,7 mil milhões de kwanzas (623,7 milhões de euros), justificado com o reforço das imparidades, redução dos resultados cambiais e redução dos juros ativos.

O balanço foi apresentado hoje pelo presidente do conselho de administração do banco público, em conferência de imprensa.

“Os resultados de 2019 saldaram se num prejuízo de 404,7 mil milhões de kwanzas, o que foi referenciado como sendo expressivo face ao que acontece na banca de forma geral” e que “tem um conjunto de explicações”, indicou André Lopes.

Segundo o gestor, a diminuição do resultado líquido teve a ver com o facto de o produto bancário “ter conhecido uma inversão” na sequência do exercício de avaliação de qualidade dos ativos, feito no ano passado, mas também devido à alteração das normas internacionais de contabilidade.

“O produto bancário reduziu-se na ordem dos 116%, devido à redução dos proveitos porque os bancos deixaram de registar os juros que não são cobrados e não se transformam em receitas”, explicou.

A redução do produto bancário foi influenciada pelo facto de o banco ter deixado de registar como proveito os juros de crédito em incumprimento há mais de 90 dias.

Além disso, adiantou, o banco tem de constituir provisões e registar as imparidades, que não estão apenas relacionadas com o crédito, mas também com o facto de ativos que estavam registados como valor nominal passarem a ser registados de acordo com o seu justo valor, ou seja o que valem na altura no mercado.

O reforço das imparidades em 321,5 mil milhões de kwanzas foi também resultado do facto de ter sido adotada uma nova norma de quantificação.

As imparidades representam atualmente 1.038,6 mil milhões de kwanzas (1,6 mil milhões de euros), que foram no entanto parcialmente diferidas, o que permitiu que o prejuízo não fosse ainda maior, sublinhou o mesmo responsável.

Das demonstrações financeiras, destacou-se ainda a redução de 25% nos custos operacionais (5,8 mil milhões de kwanzas).

O ativo líquido fixou-se em 2.024,1 mil milhões de kwanzas (3,1 mil milhões de euros).

O responsável do banco realçou ainda que ocorreu em 2019 “um evento significativo que levou a um estudo sobre qualidade dos ativos dos bancos, cujas conclusões foram determinantes para a elaboração do plano de recapitalização e reestruturação”.

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