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Terça, 19 Mai 2020 13:02

A compra de um complexo de residências no Calumbo “é um roubo descarado”, diz deputado

Entidades da oposição e um jurista pediram o cancelamento da compra pelo Governo angolano de um complexo residencial na comuna do Calumbo por considerarem ser o preço um “roubo” e por provavelmente violar leis de improbidade pública.

O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, confirmou recentemente a aquisição de um imóvel infra-estruturado com 200 residências, localizadas na comuna do Calumbo, no município de Viana, no valor em kwanzas equivalente a quase 25 milhões de dólares, no quadro das medidas contra a Covid-19.

Almeida disse que a compra do complexo “inscreve-se na estratégia do Executivo de criar cada vez mais condições ao nível do país para fazer face a pandemias ou epidemias”.

Feitas as contas, cada residência vai custar ao cofre do Estado um total de 68.732.800 kwanzas (124 mil dólares) quando o Orçamento Geral do Estado para 2020 prevê gastar 59.200.133 kwanzas para a construção do Hospital Municipal de Cacuaco.

“Na estratégia adotada pelo Executivo, aproveitou-se para se dar um passo que se julgou importante e pertinente”, acrescentou o ministro de Estado Chefe da Casa Civil do Presidente da República, segundo o qual o Governo está “a criar condições para ter no país um centro especializado para tratamento de epidemias e pandemias, que vai estar disponível agora para a situação da Covid 19, mas também para o futuro".

As reações não se fizeram esperar e o deputado independente pela CASA-CE Makuta Nkondo considera o preço pago como “um roubo” e entende que o Presidente João Lourenço continua mal acompanhado e "enquanto estiver com os atuais auxiliares o sistema continuará corrupto".

“Estas casas do Calumbo são um roubo descarado e gravíssimo num pais sério e João Lourenço pagará por isso”, sublinhou aquele parlamentar.

Já o jurista e também deputado Lindo Bernardo Tito considera que são casas degradadas e com preços bastantes exorbitantes.

“Sou de opinião que esta compra seja suspensa imediatamente porque até prova em contrário há improbidade pública”, disse Tito, para quem "o agente do Estado não pode fazer negócio consigo mesmo”, sem dar outros pormenores

Por seu lado, Gaspar dos Santos, secretário da Juventude do PRS que visitou aquelas habitações entende que os preços demonstram uma clara sobrefaturação da parte de determinados membros do Executivo e por isso defende a "revogação do decreto que autoriza a respetiva aquisição" por ser "claramente um autêntico roubo”. VOA

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