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Terça, 24 Março 2020 09:20

Covid-19: Governo português desconhece agressões a portugueses em Luanda

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Portugal admitiu esta segunda-feira à noite ao JN desconhecer qualquer caso de agressões a portugueses em Luanda.

Ao JN chegou a informação de que uma mulher de 50 anos, natural de Santarém, foi agredida no sábado num centro comercial em Luanda, no dia em que foram conhecidos os dois primeiros casos de Covid-19 no país, por cidadãos angolanos que regressaram de Portugal.

O MNE referiu que "o Consulado-Geral de Portugal em Luanda contactou as autoridades policiais angolanas que não reportaram casos de agressões a portugueses. Também não chegaram ao Consulado-Geral pedidos de apoio consular por parte de cidadãos nacionais relacionados com agressões". Ainda assim, prossegue o Ministério dos Negócios Estrangeiros, "o Consulado continuará a acompanhar atentamente a situação da comunidade portuguesa em Angola".

O caso foi denunciado ao JN por uma colega da vítima, professora na Escola Portuguesa de Luanda onde ambas trabalham, e que prefere manter-se no anonimato. A docente confessa ter medo de sair de casa por já ser constantemente insultada na rua. "Vai-te embora pula, trouxeste a doença, vai para a tua casa", dizem-lhe na rua.

O desejo é sair do país, onde está desde janeiro, e tinha voo marcado para o dia 28, mas foi cancelado. Já pediu repatriamento urgente à embaixada portuguesa e ainda não obteve resposta. Queixa-se do custo elevado dos voos de regresso, "1800 num voo da TAP e 2300 num voo da Euroatlantick".

Ao JN, o MNE refere que "relativamente aos voos de repatriamento, a TAP está a viabilizar um voo para Angola e já se realizaram dois voos da TAAG e um da Air France, garantindo-se assim que as pessoas continuam a ter oportunidade de sair do país". "O Ministério dos Negócios Estrangeiros continua a acompanhar a situação e a apoiar com toda a informação os portugueses que pretendem regressar", conclui.

No sábado, uma lista com nomes, telefones e moradas de cidadãos provenientes de Portugal que chegam a Luanda foi divulgada nas redes sociais em Angola e há portugueses com medo de sair à rua por serem vistos como culpados pela introdução da doença no país. No documento, a que o JN teve acesso, estão informações de passageiros cujos voos aterram esta segunda e terça-feira em Luanda, provenientes de Lisboa.

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