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Sexta, 28 Fevereiro 2020 21:15

Fundação 27 de Maio pede que militares presos recebam subsídio do Estado

O presidente da Fundação 27 de Maio disse hoje, em Luanda, que pretendem que pelo menos 250 militares que foram presos na tentativa do golpe de Estado sejam inseridos na caixa social das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Silva Mateus, que integra a Comissão para a Reconciliação em Memória das Vítimas de Conflitos Políticos, falava hoje à imprensa no final de mais uma reunião que serviu para fazer o balanço dos trabalhos em 2019.

O sobrevivente do 27 de maio de 1977, data de uma tentativa de golpe de Estado em Angola, disse que das propostas apresentadas à comissão muitas foram acolhidas, como a construção do memorial, a realização do comba e outras questões, mas falta uma que preocupa muito os filiados, nomeadamente os militares presos no 27 de maio.

"Depois de soltos nunca trabalharam, até este momento, e estão com 50, 60 anos, a proposta é que estes elementos, depois de triados e devidamente confirmados, sejam inseridos na caixa social das Forças Armadas Angolanas ou que se lhe encontre um outro método de buscar o subsídio até à sua morte, esta é uma das questões com que nós nos debatemos", explicou.

Outra preocupação apresentada prende-se com o desejo de ver a fundação, com 4.000 filiados, entre órfãos, viúvas e familiares, reconhecida como uma instituição de utilidade pública, tendo direito ao Orçamento Geral do Estado.

"Como outras fundações. São questões que vão ser entregues à comissão especializada para tratar do assunto e a comissão encaminhar a quem de direito taxativamente, no caso concreto dos ex-militares o Estado Maior General das FAA, os ministérios da Defesa, das Finanças, daí por diante, mas estamos em crer que este processo vai ter o seu fim benéfico, porque há compreensão, interação, e acima de tudo cedência nalguns princípios", frisou.

Silva Mateus destacou a informação prestada hoje pelo coordenador da comissão relativamente ao encontro que manteve com "uma delegação dos ex-DISAS".

"Ficamos muito satisfeitos em saber que, os que nós apelidamos de matadores, tiveram que dar a cara, apareceram junto do ministro, o coordenador, a dizer que vão resolver o problema, eles estão dispostos a colaborar, a abrir o processo e dizer muita coisa que continua omissa até este momento", salientou.

Relativamente ao processo de reconhecimento e certificação de óbito das vítimas, Silva Mateus disse que "está um bocado complicado, porque é preciso um trabalho de identificação, depois triagem, ADN, para identificar as pessoas".

"Nós nos apegamos somente em 11 pessoas, que o Estado diz terem sido julgados, condenados e fuzilados. Se essas 11 pessoas, o José Van-Dúnem, cuja irmã é a ministra da Justiça de Portugal, falou sobre assunto, e o Edgar Vales, irmão da Sita Valles - e aqui parece-me que há uma luz verde nesse sentido - (?), se essas pessoas forem enterradas simbolizaria o enterro das 80 mil pessoas que estão espalhadas em valas comum espalhadas por essa Angola", disse.

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