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Segunda, 10 Fevereiro 2020 21:40

Empresa de lobby americana diz que “nada tem a ver com arrestos” a Isabel dos Santos

O escritório de advogados ‘Squire Patton Boggs, contratado em Junho pelo Presidente de Angola, foi mandatado para atrair investimento americano para o país e nada tem a ver com os arrestos a Isabel dos Santos, segundo fonte próxima da empresa.

A reacção chega depois de esta semana o jornal ‘Lettre du Continent do Africa Intelligence‘, ter veiculado uma notícia, citada por vários órgãos de comunicação, que dá conta de que João Lourenço, através do escritório de advogados, tem tentado entrar em contacto com as autoridades norte-americanas, para que apreendam os bens de Isabel dos Santos nos EUA, com base de que teriam sido desviados do erário público angolano durante o período em que o seu pai, José Eduardo dos Santos, era Presidente da República.

Escreve o jornal que, “apesar do peso do Squire Patton Boggs, que com os seus 44 escritórios em 19 países é uma das 30 maiores empresas de advogados do mundo, Angola tem perdido a batalha para uma empresa de lobby contratada por Isabel dos Santos que tem muitos contactos em Washington, o Sonoran Policy Group”.

No entanto, fonte próxima do escritório de advogados, com sede em Washington, alega que “a SPB foi contratada para atrair investimento americano para Angola e para que os bancos angolanos possam ter contrapartidas nos seus congéneres americanos”(…)”nada no seu mandato tem a ver com arrestos e esse mandato, que é público e está registado nos EUA, é claro e escrutinado pelas autoridades americanas”, sublinha.

Recorde-se que o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de ‘Luanda Leaks’, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e de Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais. De acordo com a investigação do consórcio, Isabel dos Santos terá montado um esquema de ocultação que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para uma empresa sediada no Dubai.

O Tribunal Provincial de Luanda decretou o arresto preventivo de contas bancárias pessoais de Isabel dos Santos, do marido, o congolês Sindika Dokolo, e do português Mário da Silva, além de nove empresas nas quais a empresária detém participações sociais.

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