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Sábado, 01 Fevereiro 2020 12:39

BPC ameaça publicar uma lista de devedores

O presidente do Conselho de Administração do Banco de Poupança e Crédito (BPC), André Lopes, advertiu com a divulgação de uma lista, os devedores que, até 28 de Fevereiro, não regularizarem os pagamentos decorrentes de crédito.

André Lopes reafirmou, à saída de um encontro com o governador de Malanje, na quinta-feira, declarações proferidas em outras ocasiões ainda este ano, sobre a disponibilidade do BPC para renegociar as condições de devolução dos empréstimos concedidos.

O presidente do Conselho de Administração do BPC chamou a atenção dos devedores para solucionarem a questão dos créditos em incumprimento nas diferentes agências do banco, acrescentando que as vias para a resolução do problema “passam necessariamente pelo pagamento total ou parcial da dívida”.

Informações fornecidas a este jornal pelo BPC após à conclusão da Avaliação da Qualidade dos Activos de 13 dos 26 bancos que operam no mercado angolano, um exercício realizado entre Abril e o fim de Dezembro, o banco tem até 28 de Fevereiro para apresentar um plano de acção destinado a recuperar os rácios prudenciais.

O crédito malparado do banco atingiu, no ano passado, 1.118 mil milhões de kwanzas, dos quais apenas 47 mil milhões foram regularizados, lembrou André Lopes nas declarações proferidas em Malanje, com o que reafirma dados já revelados a este jornal, no fim de Dezembro.

O banco, de acordo com aquelas informações, mostra uma tendência para o crescimento do “stock” de provisões para crédito, que passou de 460,8 mil milhões, em Dezembro de 2018, para 1.298,1 em Novembro de 2019, representando um rácio de cobertura de provisões sobre a carteira de crédito de 92 por cento, o que, entre outras coisas, inviabiliza a capacidade do banco para emprestar.

De tal forma, que um diagnóstico realizado pelo Conselho de Administração que chegou ao banco em Junho do ano passado, presidido por André Lopes (antigo líder do Banco Yetu) “confirma a necessidade de injecção de capital adicional por parte dos accionistas” .

Oferta negocial

Ao falar na quinta-feira, em Malanje, o gestor apontou como possibilidades para os devedores saírem do incumprimento, o estabelecimento de acordos assentes no prolongamento do período de amortização do crédito, renegociação das taxas de juro, perdão total dos juros de mora ou o perdão de 50 por cento dos juros corridos.

“O Crédito mal parado é um tema que não pode fugir da nossa agenda de trabalho, pelo que apelamos aos devedores do banco, particulares e empresas em que o crédito tenha contrato de mútuo ou a utilização de cartões, a regularizarem a situação no prazo estabelecido”, exortou.

O presidente do BPC acrescentou que o banco está disponível para negociar o reembolso de acordo com a capacidade financeira dos devedores. “As condições financeiras do crédito que foram acordadas no momento da assinatura da outorga, não são sustentáveis, dado o nível de rendimento dos mutuários”, reconheceu André Lopes, mas alertou que, passada a fase de 28 de Fevereiro, o BPC vai accionar os mecanismos necessários para ver restituída a dívida. JA

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