Falando à imprensa no final de um encontro, que serviu para fazer o balanço da implementação da Política Nacional de Género (PNIEG), Júlia Quitócua disse que, apesar da existência desses dois factores, que estão a provocar este cenário, as mulheres não deviam optar por esta via, ao ponto de perderem a dignidade.
Para ela, existem outras actividades que bem poderiam abraçar, não necessariamente a prostituição, ressaltando que muitas destas mulheres aceitam submeter-se a tal prática por entenderem ser a via mais fácil para ganhar dinheiro.
Júlia Quitócua mostrou-se, por outro lado, preocupante com o aumento de casos de violência doméstica, que “continua a fazer morada em muitas famílias” com números assustadores.
O Masfamu registou, de Janeiro a Dezembro de 2018, cerca de três mil casos de violência doméstica de vária ordem, tendo uma boa parte destas ocorrências o abandono familiar e falta de prestação de alimentos. Luanda é a província do país com mais ocorrências.
A responsável considerou a violência doméstica um fenómeno que atrapalha o desenvolvimento de qualquer país, na medida em que a pessoa violentada fica impossibilitada de ser uma boa mãe, esposa, colega e chefe. “É uma perturbação que causa danos irreversíveis, não só à vítima, mas também à própria sociedade.” Para combater os casos de violência doméstica, o Masfamu conta com parceiros, como a Ordem dos Advogados e a Associação das Mulheres de Carreira Jurídica que ajudam a solucionar algumas situações.
O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, que vela pelas políticas da mulher, prosseguiu, têm feito várias acções de sensibilização sobre o problema, de forma a combatê-lo.