Até aqui, as reivindicações sociais em Angola estavam polarizadas em torno do direito de manifestação, da contestação aos abusos de poder e da denúncia de casos de corrupção. Agora, com o Presidente João Lourenço no poder, esse figurino tende a mudar. A euforia inicial gerada pelo combate à corrupção começa a esfumar-se perante a falta de emprego e o aumento incontrolado do custo de vida.
“É a segunda vez que nos enganam. Primeiro foi o outro Presidente, que veio com a história de um milhão de casas — e nada! Agora é este, que não consegue dar um emprego, depois de ter prometido criar 500 mil postos de trabalho. Estamos fartos!” – desabafou, irritado, Inácio Bonifácio, dispensado há um mês dos quadros da Gráfica Irmãos, uma tipografia que acaba de encerrar as portas. Expresso