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Segunda, 07 Janeiro 2019 11:44

Clientes do Banco Postal no Huambo manifestam-se diante do palácio da governadora

Centenas de clientes do Banco Postal, na sua maioria moto-taxistas e pequenos comerciantes, concentraram-se esta manhã diante do palácio da governadora da província do Huambo exigindo a restituição do seu dinheiro.

A manifestação pacífica, que durou pouco menos de três horas, e acompanhada pelas forças da ordem e segurança pública, resulta do facto do Banco Nacional de Angola ter decretado, sexta-feira, falência do Banco Postal.

Na ânsia de obterem algum esclarecimento acerca dos seus depósitos, os clientes começaram por se concentrar no balcão da agência bancária, nas proximidades do palácio, mas sem sucesso, por encontrarem as portas fechadas e sem a presença dos funcionários.

Daí rumaram, com gritos “queremos o nosso dinheiro”, para o principal portão de acesso ao palácio, onde já se encontrava um cordão de defesa, formado por polícias de intervenção rápida e de ordem pública.

No mesmo instante, um grupo pouco numeroso de manifestantes dirigiu-se, com o mesmo propósito, ao edifício do governo, enquanto pouco acima de uma centena continuou na sede do Banco Postal, aguardando por informações.

A ANGOP contactou, a propósito, a gerente do Banco Postal, Adalgiza Caivala, que se recusou dar esclarecimentos, por alegar não estar autorizada pelo Conselho da Administração.

Contudo, no comunicado afixado na agência bancária lê-se que os depósitos e quaisquer outros interesses dos clientes, fornecedores e prestadores de serviços estão salvaguardados, sendo que nos próximos dias será prestada toda e qualquer informação que advém da decisão do Banco Nacional de Angola.

Em funcionamento na província do Huambo, há quase dois anos, o Banco Postal, com sede na província de Luanda, oferece o serviço Xikila Money, uma novidade também no mercado angolano, onde as contas são abertas com o número do telemóvel, ajudando, por esta via, a efectuar pagamentos de serviços de televisão, telefone e demais.

Também tinha um produto denominado comércio e empresário, vocacionado ao crédito de clientes empresariais, pequenas e médias empresas, Xikibook, um serviço do Xikila Money que permite os clientes operacionalizarem as suas contas a partir do facebook, a qualquer momento.

A instituição cessou sexta-feira as actividades, por incumprimento do aviso 2/2018, do Banco Nacional de Angola (BNA), que obrigava o aumento do capital social e dos fundos próprios regulamentares de AKZ 2,5 mil milhões para 7,5 mil milhões, até 31 de Dezembro de 2018.

Na sequência, o Banco Central solicitou a falência dos bancos Postal e Mais, e revogou as respectivas licenças bancárias no dia 02 deste mês, pelo facto de "os seus promotores ou accionistas não terem demonstrado capacidade financeira para dar seguimento à actividade bancária".

Entretanto, os accionistas do Banco Postal negaram, sábado, que a instituição esteja "em situação de falência", sublinhando que têm "fundos próprios regulamentares positivos, claramente suficientes para suprir todas as suas responsabilidades".

Em comunicado de imprensa que a situação patrimonial, económica e financeira da instituição "não representa risco para o sistema financeiro bancário angolano", nem "para a carteira de depósitos dos clientes".

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