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Sexta, 23 Novembro 2018 15:19

Bispos católicos apoiam "coragem e frontalidade" do PR no combate à corrupção

Os bispos católicos angolanos manifestaram hoje apoio às medidas de combate à "corrupção e impunidade" em curso no país, sob liderança do Presidente João Lourenço, considerando que essa luta deve ser tratada com "frontalidade e sem rodeios".

"Então, há males que devem ser encarados, há males que não devem ser encobertos e a corrupção, no contexto em que ele [Presidente angolano] falou disso, é um mal que estamos sempre a denunciar", disse hoje o vice-presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), José Manuel Imbamba.

Respondendo aos jornalistas, em conferência de imprensa sobre a afirmação de João Lourenço, em Portugal, em "continuar com ações de combate à corrupção" apesar de "pressão interna e picadas de "marimbondo", o arcebispo católico disse que a corrupção "é um cancro" que "deve ser debelado", aplaudindo a "coragem" do Presidente angolano.

"Reconhecemos que é um cancro que está a matar a vida e a beleza da nossa sociedade. Então, se para estripar este mal [corrupção] temos que, de facto tratá-lo olhos nos olhos, cara a cara e sem redopios, penso que esta é a coragem que o chefe de Estado tem", disse.

 

Contudo, o vice-presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé exortou para leituras e interpretações à altura dos contextos, aludindo à intervenção do Presidente angolano, em Portugal, durante a conferência de imprensa de quinta-feira.

Pois, observou, é preciso "não olharmos as interpretações no sentido negativo, ou melhor, pensarmos logo no ódio, terror, guerra ou catástrofes. É preciso vermos em que contexto fez esta alegoria, "marimbondos".

"Se é para debelar o mal, o mal debela-se a partir da base, e isso é o pecado. Se há pecado, deve ser estripado", realçou.

Na conferência de imprensa de balaço da 2.ª Assembleia Plenária Ordinária, que decorreu, em Luanda, de 19 a 23 deste mês, os bispos da CEAST consideraram também que as "intrigas políticas e pessoais" em Angola "tendem a usurpar e distrair os interesses e urgências da nação".

José Manuel Imbamba apelou, sobretudo aos políticos, que "mantenham vivo o espírito de diálogo e entendimento e busca comum de soluções plausíveis para o bem da nação, da unidade, da reconciliação nacional e da paz".

"E entre todos que reine o espírito de tolerância, respeito e serenidade na expetativa de dias melhores", sustentou José Manuel Imbamba, durante a apresentação do comunicado de imprensa e deliberações saída do encontro.

Em relação às "intrigas pessoais", expressas no comunicado de imprensa, o também arcebispo de Saurimo, na província angolana da Lunda Sul, frisou que Angola está a viver um "processo de transformação, de diálogo e de pacificação" em que procura "um único foco de desenvolvimento".

"Este processo tem altos e baixos, mas sempre nos assumimos como sentinela, guias espirituais, daí a nossa missão de orientar e chamar atenção sobre algumas questões, porque entendemos que a classe política, no seu todo, ainda não se reencontrou. Ainda há um grande trabalho a fazer e, quando falo de política, não quero resumi-la aos partidos políticos", salientou.

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