Entre sexta-feira e domingo decorrem cerca de 50 debates sobre os mais diversos temas no Fórum Socialismo, que este ano se realiza pela primeira vez em Leiria e cujo encerramento está a cargo do discurso da coordenadora nacional do BE, Catarina Martins.
O nome do também ativista de direitos humanos Rafael Marques foi uma das últimas confirmações do programa deste ano, tendo fonte oficial do BE adiantado à agência Lusa que o jornalista angolano "tem assumido, ao longo dos últimos anos, posições críticas e denúncias que lhe valeram a perseguição de responsáveis governamentais angolanos".
"Um dos importantes contributos de Rafael Marques foi publicado no livro Diamantes de Sangue, editado em 2011 pela Tinta da China, que resulta de uma investigação sobre situações de violação dos direitos humanos, assassinato e tortura de trabalhadores da extração diamantífera na região das Lundas", destaca a mesma fonte.
Para o BE, o painel apresentado por Rafael Marques na 'rentrée' do partido "será seguramente uma oportunidade para debater a realidade política em Angola, em particular depois das últimas eleições, mas também a gritante desigualdade que continua a marcar a economia e a sociedade neste país".
"Situação política em Angola" foi o nome escolhido para o debate, que está marcado para as 18:15 de sábado.
Rafael Marques é um jornalista conhecido pela sua investigação e denúncia de atos de corrupção e violações dos direitos humanos, em particular nas zonas de extração de diamantes.
É fundador e diretor do Maka Angola, uma iniciativa dedicada à luta contra a corrupção e à defesa da democracia em Angola.
Nos últimos dois anos foi levado a tribunal em dois processos diferentes, relacionados com investigações jornalísticas que desenvolveu, visando figuras ligadas ao regime angolano.
Este ano, Rafael Marques recebeu o prémio Herói Mundial da Liberdade de Imprensa, atribuído pelo Instituto Internacional da Imprensa (IPI).
Em 2015 já tinha sido galardoado, no Canadá, com o Prémio Allard para a Integridade Internacional, destacando, na altura, a sua "excecional coragem e liderança no combate à corrupção".
O galardão, instituído em 2013, é atribuído pela faculdade de direito da University of British Columbia, no Canadá. O prémio de 100 mil dólares, partilhado naquele ano entre Rafael Marques e o ativista queniano John Githongo, é tido como um dos maiores na área de combate à corrupção e promoção dos direitos humanos.
Nascido a 31 de agosto de 1971, Rafael Marques é mestre em Estudos Africanos pela Universidade de Oxford e formado em Antropologia e Jornalismo na Goldsmiths, Universidade de Londres.
