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Segunda, 20 Agosto 2018 13:57

Protestos de trabalhadores sem salários há cinco anos é sinal de democratização - Ministro

O ministro da Construção e Obras Públicas de Angola considerou hoje a marcha de protesto dos trabalhadores da empresa angolana de pontes, sem salários há 57 meses, como "sinal de democratização" do país, garantindo "trabalhos" para liquidar os atrasados.

"Isso é bom constatar-se. Quer dizer que o nosso país é livre, é democrático, as pessoas podem manifestar-se à vontade na rua. Estão no seu direito de se manifestarem. Agora, sem produção não há receitas, não há proveitos e não há salários. Mas estamos a trabalhar de forma célere", disse hoje Manuel Tavares de Almeida, quando questionado sobre o assunto pela agência Lusa.

Os trabalhadores da estatal Empresa Nacional de Pontes de Angola saíram sábado à rua, em protesto pelos 57 meses de salários em atraso e pediram na ocasião a intervenção do Presidente angolano, João Lourenço, na resolução da situação.

"Tristeza, trabalhadores da empresa de pontes 57 meses sem salários", "o sofrimento continua", "pedimos ajuda do senhor Presidente da República e à sociedade em geral" ou ainda "socorro, estamos a morrer" foram as frases estampadas nos cartazes exibidos pelos manifestantes.

Falando hoje à margem da cerimónia de relançamento da segunda fase de construção da zona sudeste da via Marginal de Luanda, o governante reiterou que a solução do problema da empresa de pontes passa pela respetiva privatização.

"Neste momento, há solução para o problema. É um problema que já vem de há anos. A empresa estava inoperante, sem atividade produtiva e é preciso realçar aqui que, sem atividade produtiva, não há proveitos para pagar os salários", adiantou.

Segundo Manuel Tavares de Almeida, a temática da privatização da empresa de pontes teve já a apreciação do Conselho de Ministros, numa altura, realçou, em que o setor prepara condições para o lançamento de concurso de parceria ou privatização.

"Estamos a preparar condições para lançamento de concurso de parceria ou privatização da empresa. O processo está em curso e vamos aguardar que seja levado a bom porto", explicou.

Na manifestação de sábado, que contou com a proteção da polícia angolana, os trabalhadores renovaram o seu clamor ante as dificuldades porque passam em quase cinco anos, pedindo a "intervenção urgente" do Presidente angolano, conforme afirmou Mateus Alberto Muanza, da comissão sindical da empresa.

"Neste contexto, face à nossa situação, exortamos o Presidente da República, como chefe do executivo, a intervir de forma urgente e rever esta situação que está a acontecer na Empresa Nacional de Pontes", observou, sublinhando que os trabalhadores já endereçaram cartas ao chefe de Estado e outras entidades oficiais do país.

"Mas, infelizmente, até hoje não obtivemos qualquer resposta", lamentou.

Sem salários há quase cinco anos estão cerca de 400 trabalhadores desta empresa angolana tutelada pelo Ministério da Construção e Obras Públicas.

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