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Domingo, 19 Abril 2015 09:04

MPLA diz que “outras forças” estão na origem da morte de oito polícias

O MPLA acusou ontem “outras forças” de estarem na origem dos confrontos entre elementos da seita religiosa “Kalupeteca” e agentes da autoridade, que terminaram com a morte de oito polícias.

Sete destes agentes morreram na quinta-feira à tarde, na província do Huambo, abatidos a tiro por elementos da seita – ilegal no país e que advoga o fim do mundo em 2015 -, quando tentavam capturar o líder da mesma e após confrontos na província de Benguela que terminam na morte de outro agente da Polícia Nacional.

“Os dados até agora recolhidos permitem facilmente concluir que por detrás destes factos estão outras forças, que pretendem criar condições para um retorno a situações de perturbação generalizada, que não poderão ser toleradas”, lê-se num comunicado do bureau político do Comité Central do MPLA enviado ontem à imprensa.

Embora sem concretizar a acusação, o partido recorda que “estes actos bárbaros” foram concretizados “com armas de fogo” que “ilegalmente” estavam na posse de pessoas que “pretendem alterar a ordem pública em Angola”.

No Huambo, a morte dos sete agentes da polícia – outros dois foram feridos gravemente -, incluindo o comandante municipal da Caála, aconteceu em Serra Sumé, a 25 quilómetros da Caála, tendo estes sido surpreendidos por elementos da denominada igreja “Sétimo Dia a Luz do Mundo”, conhecida por queimar livros, travar a escolarização e vacinação dos fiéis, concentrando-os em acampamentos sem condições e reunindo centenas de pessoas.

Entretanto, o líder da seita, Julino Kalupeteca, de 52 anos, já terá sido detido pela Polícia Nacional, no Huambo.

Para “estancar esse tipo de acções criminosas”, o MPLA exortou ontem a Polícia Nacional e “todos os órgãos de Defesa, Segurança e de Justiça” a tomarem medidas “que conduzam à responsabilização dos desordeiros”, apelando ainda às populações “a não segui-los, a manterem vigilância cerrada sobre eles e a denunciá-los, quando estejam a preparar acções subversivas”.

Além do Huambo e do Bié, esta seita tem actividades conhecidas – ilegais por não estar reconhecida – nas províncias do Cuanza Sul, Cuando Cubango e Benguela, multiplicando-se nos últimos dias os confrontos com as autoridades e com a população.

O Ministério do Interior já exigiu que “os autores deste crime hediondo” sejam “levados à barra dos tribunais” e “exemplarmente punidos”, exortando a polícia para uma “resposta firme a todos quantos enveredem por este tipo de conduta, bem como aos eventuais instigadores de ignóbeis acções desta natureza”.

LUSA

 

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