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Quarta, 25 Fevereiro 2015 08:26

Novo Orçamento angolano corta um terço das despesas e chega hoje ao parlamento

O Orçamento do Estado angolano, revisto devido à quebra da cotação do petróleo no mercado internacional é hoje votado na Assembleia Nacional, e implicará um corte de um terço nas despesas totais.

O Orçamento Geral do Estado (OGE) angolano de 2015 revisto devido à quebra da cotação do petróleo no mercado internacional é hoje votado, na generalidade, na Assembleia Nacional, e implicará um corte de um terço nas despesas totais.

O documento, a que a Lusa teve acesso, define que a previsão da cotação do barril de crude para exportação, necessária para a estimativa das receitas fiscais, desce de 81 para 40 dólares. Esta revisão fará reduzir o peso do petróleo nas receitas fiscais angolanas de 70% em 2014 para 36,5% este ano.

Em resultado da quebra do preço do petróleo, as dificuldades sentem-se, designadamente, no envio de divisas em moeda estrangeira para fora de Angola, num contexto de acentuada diminuição das receitas fiscais e da escassez de divisas estrangeiras, nomeadamente dólares.

A proposta fixa um défice orçamental de 7% do Produto Interno Bruto (PIB), face aos 7,6% do documento que entrou em vigor a 01 de janeiro. O “buraco” nas contas públicas angolanas de 2015 está agora avaliado em 806,5 mil milhões de kwanzas (6,7 mil milhões de euros).

O limite da receita e da despesa do OGE desce de 7,251 biliões de kwanzas (60,7 mil milhões de euros) para 5,454 biliões de kwanzas (45,6 mil milhões de euros), na versão revista (corte de 25% nas despesas correntes).

A previsão da taxa de crescimento do PIB angolano é reduzida de 9,7 para 6,6%, enquanto a inflação estimada sobe de 7 para 9%.

A bancada parlamentar da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), a segunda força da oposição, diz-se excluída de participar no debate, por ter sido convocado para um período que coincide com as suas jornadas parlamentares.

Já a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) acusou o Governo, liderado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de “não aprender a lição” da crise petrolífera de 2009 e que a revisão que agora chega ao parlamento confirma as críticas de “falta de realismo” que o partido lançou aquando da discussão do Orçamento ainda em vigor.

A discussão e votação do novo OGE vai decorrer em sessão plenária extraordinária agendada para as 09:00 (08:00 em Lisboa) na Assembleia Nacional, em Luanda.

LUSA

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